Descaso da Prefeitura prejudica o turismo em Entre Rios

As cinco colônias  que compõem o distrito de Entre Rios em Guarapuava se ressentem com a falta de manutenção. Falta recapeamento asfáltico nas estradas, cascalhamento ou pavimentação nas ruas, construção de ciclovias, iluminação nos trevos de entrada, placa de sinalização turística na BR 277, a construção do portal turístico com projeto arquitetônico e dinheiro disponibilizado para a construção. O mato que cresce a cada dia em praças e ruas das colônias incomoda a população que já tomou várias iniciativas.As últimas melhorias no distrito com maior capacidade turística de Guarapuava, de acordo com moradores, foi realizada há cerca de 20 anos. A atual condição acaba prejudicando o turismo e a imagem de Guarapuava perante os visitantes. 
“Nos últimos anos, somente nos redutos eleitorais da atual administração receberam alguma sobras”, critica o presidente da ACENDER (Associação Comunitária Para o Desenvolvimento de Entre Rios), Marcio De Sequeira. De acordo com Sequeira, desde 1996, as cinco colônias não receberam qualquer benfeitoria ou obra definitiva. “Apenas raros cascalhamentos nas ruas de terra onde existem construções em estilos germânicos, anti-pó (que não durava sequer um ano) e raríssimos tapa-buracos, que logo são destapados pelas primeiras chuvas. Mesmo com os moradores querendo pagar pelo asfalto, a prefeitura prefere ignorar. A sociedade local, além pagar montanhas de impostos, já pagou muito do próprio bolso e ainda paga para manter alguns serviços que são de obrigação da prefeitura. Isso é uma discriminação contra o povo das cinco colônias e um desrespeito às leis”, reage.

POTENCIAL TURÍSTICO
O que mais incomoda os moradores das colônias é o descaso da atual administração municipal levando em consideração o potencial turístico do distrito, uma condição que é reconhecida nacionalmente.
“Entre Rios pode ser como uma Gramado do Paraná, ou Treze Tílias, Pomerode (SC). Isso seria bom para Guarapuava? Claro! Mas ao contrário do que ocorre nos municípios gaúchos e catarinenses, a prefeitura de Guarapuava não valoriza as colônias como deveria, pelo contrário, abandonou-as e ainda prejudica o desenvolvimento do turismo local,” avalia Marcio de Sequeira. De acordo com o presidente da ACENDER, uma das provas disso é a promessa da prefeitura, feita em audiência pública para construção do portal turístico (foto) no trevo da Colônia Samambaia, com verba garantida pelo Ministério do Turismo, trazida com o empenho do deputado federal Cezar Silvestri e com licitação já pronta.
“A obra foi prometida para julho de 2010, mas até agora nem foi iniciada. Esse projeto foi criado pela própria comunidade, assim como realizados sem qualquer apoio da prefeitura, que também se recusa a receber e a ouvir as lideranças locais, mostrando ser uma administração autoritária e irredutível, ferindo a democracia e os princípios da administração pública”, diz,
Em dezembro de 2010, o jornal “Gazeta do Povo” destacou as colônias no seu programa turístico “Rotas e Destinos”, mostrando mais uma vez a oportunidade que Guarapuava está perdendo de desenvolver o turismo local.
Entre Rios tem potencial para produzir riquezas, senso de organização, capacidade de criar e executar projetos dentro de suas possibilidades. “Mas poderia estar bem melhor e Guarapuava também, se as últimas administrações municipais ouvissem e dialogassem com a sociedade, se cumprissem suas obrigações e promessas, se existisse um plano de desenvolvimento criado em conjunto pela prefeitura e sociedade civil guarapuavana. Mas infelizmente não é assim e a cidade inteira sofre com o autoritarismo,” afirma o líder comunitário.
Segundo Sequeira, a administração municipal poderia mudar de atitude e algo ainda poderia ser feito nos dois anos que restam dessa gestão. “Porém, ao que parece, o tratamento atual que as cinco colônias recebem da prefeitura, ficará marcado na história. Guarapuava vai recuperar o atraso somente depois que o atual prefeito sair. Mas Entre Rios dificilmente terá suas demandas atendidas por Guarapuava, pois a infraestrutura das cinco colônias foi praticamente destruída pela omissão e negligência da administração municipal. A menos que receba muitos recursos também dos governos estadual e federal, os problemas de Entre Rios não terão solução. Todos perdem com isso: o município, o estado, o país e principalmente o distrito,” avalia Sequeira.