Da redação (CE)
O tempo de permanência no Programa Bolsa Família aumenta as probabilidades de melhora da situação nutricional das crianças. Estudo realizado pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Saúde mostra que metade das crianças do programa, entre 0 e 5 anos, que estavam com desnutrição crônica em 2008, não sofre mais desse mal. O percentual dos beneficiários com deficiência nutricional crônica caiu de 17,5%, em 2008, para 8,5 %, em 2012.
A desnutrição crônica reflete longos períodos expostos a situações de fome e miséria, inclusive, no ventre da mãe, comprometendo o crescimento da criança. A altura média dos perfis analisados aumentou devido à melhoria nutricional e do acesso à saúde, garantido pelo Bolsa Família. Em 2008, os meninos de cinco anos de idade mediam 107,8 cm, e, em 2012, chegaram a 108,6 cm. Já as meninas passaram de 107,2 cm para 107,9 cm.
"O resultado é mais uma prova de que estamos quebrando o ciclo geracional da pobreza, que há séculos domina a história do país", destaca a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. "A pesquisa mostra que as famílias estão com acesso à alimentação e a serviços de saúde. Além disso, as crianças estão na escola, cumprindo a condicionalidade de educação. Com certeza, elas terão melhores oportunidades na vida adulta", completa.
Após o período da pesquisa, o governo federal, por meio do Plano Brasil Sem Miséria, ainda garantiu a superação da extrema pobreza para famílias que viviam com menos R$ 70 per capita e que faziam parte do Bolsa Família.
O estudo Evolução temporal do estado nutricional das crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família foi feito a partir das informações do Cadastro Único para Programas do Governo Federal, do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) e da folha de pagamento do Bolsa Família. No total, foram observadas 362,8 mil crianças que tiveram ao menos um acompanhamento da condicionalidade de saúde por ano.
TRANSVERSAL
Quando comparadas as mesmas faixas etárias em cada ano – de forma transversal -, a queda nacional foi de 2 pontos percentuais, passando de 14,2%, em 2008, para 12,2%, em 2012. Entre as crianças menores de 2 anos, a redução foi de 17% para 15,4%.
Os maiores efeitos são percebidos nas regiões Norte e Nordeste, onde historicamente a população é mais vulnerável à pobreza. No Nordeste, a queda foi de 3,3 pontos percentuais e no Norte, 2,5. Também houve redução superior a 3 pontos percentuais, ao fazer um recorte sobre o Semiárido e o Vale do Jequitinhonha.
CONQUISTAS
O Bolsa Família tem contribuído para melhorar a saúde dos seus beneficiários e tem sido reconhecido por suas ações. Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que o programa é um dos responsáveis pela diminuição da mortalidade infantil no Brasil.
A análise reforça outro estudo publicado pela revista científica britânica The Lancet, em maio de 2013, que constatou que o Bolsa Família, atrelado à expansão da estratégia Saúde da Família, contribuiu par a a redução em 19% da mortalidade de crianças até 5 anos de idade. Os números mostram que a redução foi ainda maior quando se considerou a mortalidade por causas específicas, como desnutrição (65%) e diarreia (53%).
No segundo semestre de 2013, 73,4% das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família foram acompanhados pelos serviços de saúde – o maior resultado desde o início do acompanhamento. Isso significa que 8,7 milhões de famílias tiveram registrados no sistema os atendimentos de saúde prestados nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios ou em casa, por meio do Saúde da Família. Para continuar recebendo o benefício, elas precisam manter atualizado o cartão de vacinação das crianças até 7 anos, fazer o acompanhamento médico de gestantes, bebês e mães em fase de amamentação.