A sexta é conhecida como o dia de relaxar e muita gente aproveita para tomar uma cervejinha. Os famosos happie hours movimentam os bares e os restaurantes, já que o pessoal gosta de curtir saindo da rotina. Inclusive, um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), mostra que mais da metade dos brasileiros têm esse costume.
Em contrapartida, a pesquisa também aponta que desta porcentagem, 17,2% declararam aumento do consumo durante a pandemia de covid-19, associado a quadros de ansiedade graves por causa do isolamento social.
DIA DE COMBATE AO ALCOOLISMO
Nesta sexta (18), é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. Nesta data é reforçada a conscientização sobre danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas podem causar, tanto em homens quanto em mulheres.
De acordo com o levantamento da Ibrafig, uma em cada três pessoas no país consomem álcool pelo menos uma vez na semana. Conforme os dados, 18,8% dos brasileiros relataram o consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Os dados são baseados nas respostas de 1,9 mil pessoas, nas cinco Regiões do país.
Além disso, o estudo mostra ainda que, em média, os brasileiros ingerem três doses de álcool por ocasião, o que representa 450 ml de vinho ou três latas de cerveja.
FATORES
De acordo com a psiquiatra que atua em Guarapuava, Priscila Vilela Silveira Bueno, o alcoolismo é uma doença multifatorial, ou seja, que está relacionada a várias causas.
Dentre eles, temos os componentes genéticos familiares. E que aumentam o risco da pessoa desenvolver comportamentos de dependência. Incluindo, traumas de vida, alguns traços de personalidade mais impulsivos e reativos. Isto também depende do meio em que a pessoa está inserido, se é um ambiente mais tolerável, se começou a beber muito cedo. Tudo isso pode contribuir.
No entanto, vale relembrar que as consequências do alcoolismo a longo prazo são negativas. Isto porque, ele afeta a saúde física e psíquica. “Uma das maiores causas são os acidentes de trânsito, questões de violência, principalmente, violência doméstica. Além dos problemas físicos. Uma quantidade excessiva pode levar a morte. Como também a quadros hepáticos sequenciais, problemas cronológicos e uso intenso leva a pancreatite aguda”.
DANOS
A psiquiatra também explicou como o álcool atua no cérebro. “O álcool atua em diversos neurotransmissores ao mesmo tempo. Porém, ele também funciona como um sedativo, ele ajuda a desinibir a pessoa, influenciando nas ações de decisão. Porém ele provoca relaxamento e a percepção diminui”.
No entanto, os especialistas afirmam que o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e a depressão. Por isso, é necessário procurar ajuda ao menor sinal de dependência.
Qualquer dificuldade que a pessoa tenha pra controlar o uso, independente se vai beber duas latinhas no fim de semana, mas não consegue controlar essa quantidade. Ou que familiares já tenham alertado sobre o consumo excessivo. Isso já é um indicativo de que ela possa ter algum problema.
MULHERES E O ÁLCOOL
Além disso, o alcoolismo atinge homens e mulheres. Entretanto, para elas, os problemas de saúde ocorrem com maior rapidez. De acordo com pesquisadores, as mulheres produzem quantidades menores da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool. Aliás, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Logo, graças aos níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam resposta fisiológica ainda mais complicada.
TRATAMENTO
O tratamento para o alcoolismo geralmente é feito com acompanhamento médico e terapêutico. Inclusive, alguns medicamentos podem colaborar. Mas o primeiro passo é estar consciente da condição e perceber que precisa de ajuda.
Se perceber que realmente não está conseguindo interromper o uso disciplinar, psicólogos vão auxiliar o manejo comportamental deste paciente. O acompanhamento psicoterápico associado a práticas de vida saudáveis podem ajudar. Por exemplo, manter uma atividade física, ter relações sociais e familiares saudáveis. Com relações de apoio.
TRATAMENTO GRATUITO
Pessoas com o problema devem procurar pelos Alcoólicos Anônimos (AA). O grupo de ajuda mútua é referência no apoio ao alcoólatra para quem quer parar de beber. A participação é gratuita e um dos grandes princípios é o sigilo. Em Guarapuava, o grupo possui núcleos que ficam nos bairros.
Além disso, também há os Caps – AD, que são Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas. Estas unidades de saúde atendem gratuitamente quem precisa tratar o alcoolismo. O acompanhamento é feito por médicos, psicólogos e terapeutas. Também há abertura para a participação da família.
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