22/08/2023
Economia Guarapuava Região

Dia do Agricultor: agropecuária é parcela essencial no PIB de Guarapuava

A comemoração lembrou todos aqueles que trazem comida para a mesa dos brasileiros, além das conversas paralelas que discutem temas importantes no cenário da economia

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Evento em Guarapuava, nesta sexta feira (27), foi voltado para os cerca de mil associados do Sindicato Rural (Foto: Isabela Lessak/RSN)

Um dia de pausa para o homem e a mulher do campo, de rever velhos conhecidos, conversar sobre o dia a dia, falar sobre o clima, o tempo e sobre a bendita chuva que parece não querer cair. O produtor rural de Guarapuava comemorou o dia do Agricultor com a esperança em, podemos dizer, chuvas melhores.

A comemoração foi realizada pelo Sindicato Rural de Guarapuava, que realizou hoje (27), mais uma edição da festa, data que já faz parte do calendário da instituição. Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do sindicato, reforçou a importância da festividade.

É uma maneira de nós como entidade, fazermos uma pequena homenagem para o homem e a mulher do campo que tanto labutam para trazer, não só para a nossa região, a produção de alimentos para a mesa do brasileiro e ajudando a economia do país.

O secretário de Agricultura de Guarapuava, Ademir Fabiane, também fez questão de lembrar a importância destes.

“É deles que recebemos o alimento, a cidade tem tudo aquilo que a abastece graças ao produtor. Queria aproveitar e parabenizar a todos, especialmente, aquele pequeno, que está lá no interior que muitas vezes não é lembrado, que está nos sacrifícios, como também aqueles que ajudam a segurar a economia e que produzem grande”.

DESENVOLVIMENTO

Guarapuava é hoje uma das maiores produtoras de milho do país, se assemelhando aos EUA, além da soja do feijão e da batata, assim como as culturas de inverno como a cevada e o trigo. Na pecuária, está crescendo no corte e produção de leite, o que tem auxiliado o desenvolvimento do pequeno e médio produtor, segundo Botelho.

De acordo com Botelho e Fabiane, o PIB da região e do município de Guarapuava, são grandemente influenciados pelo setor agropecuário, além do setor de reflorestamento e madeira. Fabiane completa afirmando que, praticamente, toda população é influenciada por essa economia.

“Se pensarmos no nosso município que, não temos indústrias que não sejam ligadas a agropecuária, é pensar em 100% da população que de alguma forma se beneficia da agropecuária, nosso PIB é quase todo agropecuária”.

MAS E A CHUVA?

Assunto presente em todas as rodas de conversa, a chuva também apareceu por lá. Daniel Primak Alves, 41, é produtor de ovinos, fruticultura e lavoura, em Guarapuava, e sempre trabalhou na agricultura. Hoje, diante desse inverno atípico, ressalta as dificuldades do campo.

“Está bastante seco, muita poeira, os animais começam a sentir, algumas culturas já estão sentido a falta de água. São quase 30 dias sem chuva, é um inverno bem atípico, não está esfriando e faz muito calor durante o dia o que diminui a umidade do solo”.

Primak ainda ressalta que as pastagens já não estão crescendo E as culturas de inverno não estão tendo um crescimento desejado.

Ainda sobre a chuva, o presidente do Sindicato revela que Guarapuava ainda está mais favorecida que outras regiões por conta da altitude do município, onde temos noites mais frias, gerando um pouco mais de umidade.

“Claro que o bom seria uma chuva e que viesse logo, para não aumentar as perdas que já estão acontecendo”, Rodolpho ainda revela que o produtor está modernizado e capacitado para enfrentar e driblar essa intempéries.

Botelho revela que Guarapuava está se saindo bem, meio a estiagem (Foto: Isabela Lessak/RSN)

FUTURO

Primak diz esperar que o clima ajude e que tudo esteja em normalidade para melhores resultados.

Hoje vemos que um ano é muito diferente do outro, uns mais favoráveis, com questões de clima e mercado. Estamos apreensivos com as ações da China, ficamos na espera do que vai dar entre essa briga.

Sobre o assunto, Botelho conta que o Brasil está na briga com grandes e é preciso tomar cuidado com as consequências. Outros fatos apontados pelo presidente foram o ano de eleições, os distúrbios na economia mundial, os embates de protecionismo, a alta d dólar e tudo pode trazer consequências.

“Por conta, das eleições não sabemos muito bem o cenário, acredito que nessa época é preciso ter cautela, pensar no futuro e ir com calma em algumas tomadas de decisões”.

Botelho conclui dizendo que é preciso que a sociedade e os produtores façam o dever de casa, aumentando a produtividade, reduzindo os custos e sanidade, para que seja possível conquistar novos mercados.

“O Brasil inteiro produzindo mais e melhor, agregando valor e fazendo a redistribuição dentro do mercado interno, ajuda a melhorar o país”, encerrou.

Cristina Esteche

Jornalista

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