A cavalgada que deu início à programação comemorativa ao Dia do Gaucho acabou de uma forma lamentável. Um dos mais tradicionais cavaleiros do município Pedro Ivo Penteado, 64 anos,foi atropelado pelas costas. A égua que montava morreu na hora e o estado do cavaleiro é grave. Ele está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensa) do Hospital São Vicente com a bacia quebrada e cinco fios de costelas fraturados.
De acordo com a Rodovia das Cataratas, concessionária que administra o trecho, erma cerca de 23h28 quando uma caminhonete F10 ultrapassou um caminhão numa curva, nas proximidades da Churrascaria Brescovit, perímetro urbano de Guarapuava, e atingiu o cavaleiro. Testemunhas que entraram em contato com a REDE SUL DE NOTÍCIAS disseram que Pedro Ivo estava no acostamento e que foi atingido pelas costas.
“As pessoas andam correndo loucas por aí, sem o menor respeitoe um dos tradicionalistas mais respeitados de Guarapuava, uma pessoa muito importante para as nossas raízes é que foi atingido”, desabafa Marilise Michelini, uma das organizadoras do evento. “O seo Pedro é um exemplo da nossa tradição. Já por causa de um acidente ele tem uma prótese na perna esquerda e nunca abandonou as cavalgadas por que o tradicionalismo é a sua bandeira”, afirma.
Pedro Ivo Penteado mora num sitio no Rio das Pedras e é um tropeiro à moda antiga. Acorda bem cedo, antes do sol nascer, para cuidar da criação e beber o chimarrão. Quando se fala em atividade tradicionalista lá está ele, sem lenço nem documento, mas com muito amor à tradição. “A vida dele é isso e foi justamente no final de uma cavalgada que esse acidente acontece. Só peço que ele se recupere e que essa pessoa que o atropeloue que saiu ilesa repense a alta velocidade em que anda, a necessidade que tem de ultrapassar na curva e acabar atingindo um inocente . Todo mundo já estava indo pra casa quando isso aconteceu”, diz a tradicionalista.
A cavalgada que começou às 17 horas no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão percorreu as principais ruas da cidade e recepcionou a “Chama Crioula”, símbolo do tradicionalismo. A parada foi no pátio da empresa Pietrobon onde estão concentradas as atividades do Dia do Gaucho.
Por decisão dos organizadores, a programação que começou ontem, quinta-feira, não será interrompida. “Esse evento é uma das maiores alegrias do seo Pedro e vai continuar por causa dele. Em cada laçada, em cada cavalgada, em casa passo da prenda ou do peão nas nossas danças tradicionalistas, em cada fagulha da Chama Crioula, em cada canto do gaúcho, estamos mandando energias para que a recuperação do nosso cavaleiro seja breve”, afirma Marilise.
Foto/ Seo Pedro e Marilise momentos antes do início da Cavalgada