O Dia Nacional da Imunização, lembrado nesta sexta (9), funciona como uma oportunidade para reforçar a urgência na retomada das altas coberturas vacinais em todo o país. Conforme o pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, neste ano, comemora-se ainda os 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
De acordo com o pediatra, este é o primeiro programa de imunizações estruturado da região das Américas. Dessa forma, o Brasil tornou-se pioneiro no continente na eliminação, erradicação e no controle de doenças. Contudo, o PNI vêm sofrendo abalos na estrutura, por falta de investimento, desconfiança da população no valor da vacinas e chegada de grupos anti-vacina que têm colocado todas essas conquistas em risco.
Kfouri afirma, então, que esse momento é de comemoração de êxitos e, ao mesmo tempo, de preocupação. Atualmente, três em cada dez crianças que completam um ano de idade no país estão sem as três doses contra a poliomielite.
Não há exagero nenhum em dizer que o país está sob risco de retorno de diversas doenças já erradicadas. E não só isso. O Brasil não faz uma boa vigilância de casos suspeitos, não monitora o vírus em esgoto. A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) classifica o Brasil, junto com Haiti, Honduras e Peru, como um dos países de mais alto risco de reintrodução da poliomielite. É um risco real.
Além da poliomielite, o rol de doenças que voltaram a assombrar o país inclui ainda a rubéola, a difteria, a rubéola congênita, o tétano e o sarampo. “Na verdade, são todas as doenças, mas essas estão em um radar mais próximo em função do risco mais acentuado pela epidemiologia da região”.
Conforme o pediatra, diversos fatores explicam a queda nas coberturas vacinais no Brasil ao longo dos últimos anos. Assim, as estratégias para reverter esse cenário devem levar em consideração as particularidades de regiões, estados e municípios. Para ele, deve-se melhorar na notificação, registro de doses aplicadas e sistema de informação.
O Brasil tem um programa absolutamente democrático, descentralizado, que hoje contempla mais de 38 mil salas de vacina em todo o país. Precisamos de investimento. Só vamos começar a recuperar essa cobertura vacinal com um grande programa, um grande pacto entre sociedade civil, ministério, estados e municípios, que realizam na prática a vacinação.
Por fim, confira as doses e imunizantes que as crianças precisam tomar no início da vida:
(*Com informações da Agência Brasil)
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