Diretor da PIG diz que não sabia da carta

Cristina Esteche

O novo diretor da Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), Renato Silvestri, disse que desconhecia a carta dos internos encaminhada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência República. LEIA AQUI

De acordo com o diretor, além da direção, agentes penitenciários também foram transferidos para outras unidades penais, logo após a rebelião.

Ele questiona a veracidade das denúncias feitas pelos internos se forem em relação ao período atual. “Não tem como ser verdade, porque a juíza da VEP [Vara de Execuções Penais], Patrícia Carbonieri faz reuniões a cada 15 dias com os internos”.

Segundo Silvestri, as fábricas que funcionavam dentro da penitenciária estão sem condições de funcionamento. “O barracão está desmoronando e precisa de um reforma total. O colégio está sendo reformulado. Estamos colocando grades e as aulas devem retornar até final de fevereiro”.

De acordo com o Silvestri, após o motim, os internos sofreram restrições. O banho de sol que antes era de quatro horas por dia, durante seis dias por semana, passou a ser três vezes por semana, incluindo os dias de visitas, aos sábados e domingos.

“Antes da rebelião o tratamento era diferenciado. Eles tinham tudo, incluindo remissão pelo tempo de leitura, visita desde às 8h até às 17h. Depois da rebelião tudo foi repensado”. Segundo Renato Silvestri, as visitas hoje acontecem  e quatro períodos. “Não podemos ter mais de 50 presos reunidos por causa da segurança”.

De acordo com o diretor da penitenciária, ainda há cubículos destruídos que não dá para alojar ninguém, mas a empresa que vai fazer as reformas será de Guarapuava e já está contratada. “Os estragos são consideráveis em todas as áreas, mas os presos estão menos agressivos”.

Ele diz mais uma vez que as denúncias feitas pelos internos são “infundadas, covardes” e não condizem com a realidade. “Temos a presença constante do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados”.