O diretor-geral do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), órgão da Universidade Federal de Brasília (UnB) responsável pela aplicação do Enem, Paulo Portela, informou que o edital do exame tem regras claras sobre as transgressões que anulam a prova, e que os trechos de uma receita de miojo e do hino do Palmeiras escondidos entre parágrafos pretensamente sérios não configura uma fuga completa ao tema. Esta falha só existe se o candidato não cita a proposta da prova em nenhuma parte de seu texto.
Os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que incluíram os trechos esperavam tirar nota zero na prova. Segundo eles, a intenção era testar o sistema de correção da prova de redação. Os estudantes já estavam matriculados no ensino superior e não precisariam da nota para entrar na universidade.
Para Portela, as notas 500 e 560 para as redações dos dois estudantes é prova de que os corretores não só leram os textos, mas também os corrigiram seguindo os critérios previstos no edital. "Não é aleatória, se você verificar onde eles levaram a menor nota, vai ver que foi nessas competências específicas. A nota baixa reflete exatamente que, quando ele utilizou argumentos completamente fora de propósito, ele foi apenado justamente por isso".