22/08/2023
Geral

Diretores de faculdade paranaense são punidos por fraude no Prouni

Três diretores da Universidade de Maringá (Uningá), foram condenados por fraudarem o Programa Universidade para Todos (ProUni) para beneficiar filhas deles com bolsas integrais no curso de medicina, de acordo com a Justiça. A sentença foi proferida na quinta feira (2), pela 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Maringá. De acordo com a ação, o diretor-geral da universidade, Ricardo Benedito de Oliveira, e os diretores Ney Stival e Vanea Cristina Colombari, usaram dados falsos no Sistema do ProUni (SisproUni) para concederem bolsas de estudos a Belisa Cristina Stival e Camila Colombari Medeiros, também condenadas no mesmo processo.

O diretor-geral foi condenado a três anos e 22 dias de reclusão. Aos outros diretores e às estudantes, o juiz definiu pena de dois anos. Todos responderão em liberdade e terão que prestar serviços a comunidade, além de pagar multas. Cabe recurso. A estudante Milena Lacerda Colombari, outra ré no processo, foi absolvida. O juízo entendeu que a concessão de bolsa para o curso biomedicina, em 2005, e a transferência para o curso de medicina, em 2008, foram regulares. A bolsa dela, porém, foi cancelada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2010, após de pedido da própria estudante.

RELEMBRE O CASO

As três estudantes, consideradas de classe média alta pelo MEC, recebiam bolsa do ProUni desde 2008, mas não preenchiam os requisitos do programa — para ter direito à bolsa integral, a renda familiar do candidato não pode ultrapassar o valor de um salário mínimo e meio: R$ 765. À época, o valor da mensalidade de medicina na Uningá era de R$ 3,2 mil. Juntas, as três estudantes deixaram de pagar quase R$ 300 mil em mensalidades. Além de não pagar pelo curso, as jovens ainda recebiam um benefício de R$ 300 por mês.

As bolsas de Belisa e Camila foram canceladas pela própria Uningá, em abril de 2010, dois dias antes da exibição de uma denúncia no "Fantástico", da Rede Globo. Na ocasião, elas confirmaram que recebiam os benefícios, apesar de estarem fora do perfil.

Cristina Esteche

Jornalista

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