Do vicio à cura: José conta como saiu do ´´fundo do poço´´

Bárbara Franco

Com dois filhos para criar, viciado nas drogas, José Celso Santos, chegou ao fundo do poço, mas resolveu mudar de vida. Hoje, aos 29 anos, Santos está do outro lado do muro, mas lembra de tudo que passou durante os 14 anos de vicio. “Primeiro cigarro que pus na boca foi aos quinze anos. Comecei com uma pitadinha e depois foi pra um cigarro, para uma carteira e depois misturei tudo, tabaco e álcool”.

José lembra que quando estava no mundo das drogas não trabalhava, só queria ir atrás de esmola para conseguir suas drogas. “Eu não tinha ânimo para nada, a não ser para pedir ajuda aos outros, para sustentar meus vícios”. Quem mantinha a casa e seus filhos era a irmã de Santos, “hoje graças a Deus somos nós dois que sustentamos a casa”.O vicio afetou também a educação dos filhos de Santos. “Eu não podia ensinar eles que não se deve usar drogas, pois não dava bons exemplos e isso me doía muito”.

Depois que começou a perder sua família, seus amigos e de muito tempo no vicio, Santos tomou uma decisão, sair do mundo das drogas e voltar a ter uma vida digna. “A decisão de me tratar partiu de mim mesmo, pois vi que estava perdendo o pouco que tinha”. Então Santos resolveu pedir ajuda e foi para uma casa de recuperação em Guarapuava.“Recebi muitos incentivos para mudar de vida e largar dos meus vícios. Agradeço a todos que me ajudaram a mudar de vida”.

Santos ficou apenas dois meses na casa de recuperação e está cinco sem usar drogas. “Depois que sai de lá (casa de recuperação) não tive nenhuma recaída, mas as mesmas pessoas que me incentivaram a entrar no vicio, me oferecem drogas novamente, porém com muita força de vontade e fé eu não caio em tentação”.

No momento em que bate a vontade de voltar a fumar Santos diz que, imediatamente chupa balas ao invés de fumar ou beber. “Não foi fácil largar do vicio, mas tive que tomar a minha decisão, ou eu acabava com “elas” ou “elas” acabavam comigo”.

Após sua saida da casa de recuperação, Santos está recebendo apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social de Guarapuava. De acordo com o psicólogo e diretor do Departamento de Políticas Públicas de Enfrentamento às Drogas, Giovani Caetano Jasculski, ligado a Secretaria Municipal de Assistência Social, Mendes está muito bem e todos que fazem acompanhamento com ele ficam muito felizes em vê-lo bem e principalmente em estar longe das drogas.

Giovani comenta ainda que o trabalho da Assistência Social é muito importante na vida das pessoas que estão em fase de reabilitação. “Nós damos todo o apoio possível, para que essas pessoas se sintam motivadas e vejam que a vida é muito melhor longe das drogas, apesar de todas as dificuldades que passamos”.