22/08/2023
Política

Doações via cartão de crédito facilitam candidaturas comunitárias, avaliam internautas

Guarapuava – As eleições deste ano poderão ter uma novidade: caso aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os cidadãos terão a possibilidade de realizar doações para campanhas por meio de cartão de crédito e pela internet. Para os internautas que debatem o tema no fórum promovido pela Rede de Participação Política nesta semana, através do site www.rededeparticipacaopolitica.org.br, a resolução poderá abrir espaço para candidaturas de lideranças comunitárias.
Alguns participantes argumentam que caso a medida seja aprovada, muitos potenciais candidatos terão condições de levantar recursos para suas campanhas. O cientista político José Augusto Soavinski, de Curitiba-PR, acredita que “talvez agora os candidatos, líderes nas suas comunidades, das periferias das nossas cidades, tenham chance de se eleger, porque neste país só é eleito candidato rico ou apoiado por um segmento forte da sociedade”.
“Estou torcendo para que o TSE aprove a possibilidade de doações pela internet para que seja viabilizada a forma de financiamento de campanha pelos próprios eleitores, como fez Obama e deu certo”, observou o gaúcho Cezar Busatto. “Essa nova forma de financiamento é o caminho para uma real transparência e uma democratização do processo. Infelizmente, os políticos que estão aí não quiseram fazer a reforma política eliminando o atual sistema de financiamento que induz à corrupção, pela promiscuidade que favorece entre os interesses privados e os interesses públicos”, ressaltou.
A questão será discutida pelo TSE por meio de audiências públicas no início de fevereiro. Outro ponto a ser tratado poderá acabar com as chamadas doações ocultas, aquelas que não permitem que se saiba para quais candidatos foram feitas. Essa novidade visa trazer maior transparência aos gastos eleitorais, o que agradou à maioria. “Sou favorável (doações pela internet). Desde que seja feito uma regra geral, tanto para doação de pessoas físicas ou jurídicas, limitando os valores e que conste obrigatoriamente nas declarações de Imposto de Renda”, afirmou o londrinense Narciso Pissinatti.
Outros não se mostraram tão favoráveis às mudanças, como o carioca Gilberto Stanchi Filho. Na opinião dele, os políticos não deveriam receber nada, seja financiamento para campanhas ou salários. “O ideal seria que o cargo de político fosse voluntário”, reforça.
Já o internauta Bento Sartori de Camargo, de Quatro Barras-PR, criticou não apenas a medida, mas todo o sistema democrático brasileiro. Ele acredita que novas formas de doações não farão diferença alguma, e ainda vê vários obstáculos para o sistema político brasileiro. “O país tem um desafio gigantesco e que não interessa aos que estão no poder: fazer com que a maioria dos eleitores seja politizada, saiba o que é democracia e, principalmente, cidadania”, afirma.
Todas as instruções da resolução devem ser aprovadas até dia 5 de março para valerem na próxima eleição. O primeiro turno deve ocorrer no dia três de outubro, enquanto o segundo turno está marcado para o dia 31 do mesmo mês.
Os comentários podem ser feitos até a próxima segunda-feira (25) pelo endereço www.rededeparticipacaopolitica.org.br.

Cristina Esteche

Jornalista

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