O dólar opera em alta frente ao real nesta quarta feira (1º), após pesquisas do Ibope e do Datafolha mostrarem na véspera liderança firme da presidente Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto para o primeiro turno, com vantagem na segunda rodada, e redução da diferença de Marina Silva (PSB) sobre Aécio Neves (PSDB).
Às 15h10, a moeda norte-americana tinha alta de 1,40%, a R$ 2,4822 na venda, depois de marcar em setembro a maior alta mensal em três anos.
Na véspera, o Banco Central reagiu anunciando já para o primeiro pregão do mês o início da rolagem do lote de swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, que vencem em novembro, sinalizando a rolagem total desses contratos. Mas, segundo analistas, essa operação não é suficiente para apaziguar as pressões sobre o mercado.
"O BC tem dosado as rolagens de acordo com a volatilidade do mercado, então é razoável esperar que, num momento de nervosismo, a rolagem seja integral", disse o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
O BC vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos de novembro. Com isso, rolou cerca de 4,5% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.
Pela manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps, com volume correspondente a US$ 197,0 milhões.
Foram vendidos 500 contratos para 1º de junho e 3,5 mil para 1º de setembro de 2015.
A cena eleitoral também se traduziu em maior incerteza sobre o comportamento do dólar frente ao real nos próximos meses.
Pesquisa da Reuters publicada mais cedo mostrou que as projeções se espalharam muito mais, com o cenário mais pessimista projetando o dólar a R$ 2,90 daqui a um ano, enquanto que o mais otimista, a R$ 2,27.
O dólar fechou em baixa em comparação com o real após dia de instabilidade nessa terça feira (30). A moeda abriu o dia em baixa, subiu horas depois e voltou a cair durante a tarde.
A moeda caiu 0,31%, a R$ 2,448. No mês, há valorização de 9,33%. No ano, a alta acumulada é de 3,84%. É a maior valorização mensal desde setembro de 2011, quando o avanço foi de 18,15%, segundo a agência Reuters.