Por Cristina Esteche
Um passivo que se arrasta há mais de 20 anos volta a ganhar notoriedade na Justiça em Guarapuava. Remanescentes do grupo de maçons que fundaram o extinto Hospital Popular, na Lagoa das Lágrimas, onde hoje está instalada a Polícia Federal, reivindicam o direito à propriedade. À época, o Hospital Popular foi construído para atender somente pacientes de baixo poder aquisitivo.
De acordo como advogado Antonio Cesar Ribas Pacheco, o imóvel possui duas origens. “A
parte da área, que fica de frente para a Lagoa das Lágrimas foi concedida pelo município há mais de 20 anos para o grupo que agora possui 12 sócios vivos. Atrás ainda pertence ao município". Para se ter um aideia do tempo em que isso aconreceu dois sócios eram Antonio Lustosa de Oliveira e ex-senador João de Mattos Leão.
O local onde após ter sido o Hospital Popular também sediou o extinto Pronto Socorro, após estar desocupado durante anos, foi revertido, em parte, pelo então prefeito Cesar Franco ao município. Na gestão do ex-prefeito Vitor Hugo Burko, o decreto de reincorporação ao patrimônio do município foi refeito, mantendo a desapropriação, e entregue à Polícia Federal. A indenização, entretanto, não foi paga. “Desde então, os proprietários lutam para receber a parte financeira que lhe cabe ou para que o decreto de desapropriação seja revogado”, diz Pacheco à Rede Sul de Notícias. Segundo Pacheco, a área total é de 10 mil metros quadrados, dos quais 2 mil metros quadrados são de área construída. O imbróglio está justamente na edificação do antigo hospital, construído em parte do terreno dos fundos [ que é do município] e em parte da área frontal que pertence aos donos. De acordo com avaliação imobiliária a área que pertence aos proprietários gira em torno dos R$ 7 milhões.
“Se não houver condições do município ressarcir esse valor dos donos queremos que o decreto de desapropriação seja anulado, que a Polícia Federal deixe as instalações ou que o Ministério da Justiça pague o aluguel”, diz o advogado.
O prefeito Cesar Silvestri Filho disse à Rede Sul de Notícias que a Procuradoria Municipal vai aguardar a sentença da ação que tramita na Justiça há 12 anos para então tomar uma decisão.