E tá tudo certo!

Não se trata de nenhuma novidade, já que a troca de lado é uma prática comum nas Câmaras municipais, nos governos estadual e federal e em outros espaços de poder. Quem era oposição vai para a situação, em defesa de interesses. O vereador Danilo Dominico (PP), de Guarapuava, anunciou publicamente a mudança de postura política, se unindo à bancada de apoio ao prefeito Denison Baitala (PL). Ele se junta a outros três vereadores que também mudaram de lado: Buiu (MDB), Vardinho (CD), Paulo Lima (PP). Comenta-se nos bastidores que Kenny Roggers (MDB) também estaria na lista para ir para bancada situacionista.

Mas, ao contrário dos outros, Dominico foi o único a ter a coragem – ou seria a necessidade? – de assumir a mudança publicamente. Os outros, embora já participem de eventos oficiais da prefeitura, optaram por não fazer um pronunciamento formal sobre a transição de alianças.

‘PERSONA NON GRATA’

Entretanto, o que chama a atenção nessa história não é apenas a mudança de lado. Mas o contexto que envolve essa decisão. Dominico, que até pouco tempo atrás era ‘persona non grata‘ na base, agora parece ter se curvado diante das circunstâncias. O que provocou essa ‘discórdia’ foi uma frase dita por Dominico sobre quem ‘mandava em Guarapuava’, chamando a resposta para alguns vereadores.

“DESCULPA SE O OFENDI”

A cereja do bolo, no entanto, veio quando o vereador pediu desculpas publicamente ao vereador Leandro. O vereador do PL havia se manifestado publicamente, afirmando que, caso Dominico realmente se aliasse ao prefeito Baitala, ele próprio sairia da base.

De acordo com o relato do próprio Leandro, Dominico foi até o gabinete dele para pedir perdão. Um ato de humildade ou um simples reflexo do jogo de interesses, comuns nesses casos? O fato é que Danilo confirmou o ocorrido, também publicamente. “Desculpe se o ofendi”, afirmou dirigindo-se a Leandro.

Essa mudança de posicionamento não é apenas sobre política, mas também sobre lealdade, caráter, compromisso com a população. O pedido de desculpas ao vereador Leandro, então, serve como uma metáfora de como as promessas e os discursos políticos podem se desintegrar diante das conveniências do poder.

MONTANHA-RUSSA

Guarapuava, como muitas outras cidades, vive a montanha-russa da política local, onde alianças se formam e se desfazem a todo momento. O que mais intriga é a ausência de uma explicação clara para essas mudanças de lado. Ah! Claro. Tudo pela defesa dos interesses da população. Afinal, o prefeito precisa ter governabilidade, enquanto vereadores precisam dar respostas aos eleitores. Com o próprio Vardinho disse recentemente. “Sou vereador do Interior e preciso de obras.” Se for para o bem de todos, está tudo certo!

Enquanto isso, a população de Guarapuava segue observando de perto essa novela política. Surge aí a sensação de que, para muitos políticos – e aí me remeto de forma generalizada -, as promessas de campanha e os princípios parecem ser apenas peças de um tabuleiro a ser rearranjado necessariamente conforme os ventos do poder.

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