22/08/2023



Blog da Cris Guarapuava

E você, está vivendo o tempo ou apenas correndo contra ele?

Confesso a vocês que sou apaixonada pelo 'tempo' em todas as nuances e significados. Tudo é questão de tempo

Ampulheta (Foto: reprodução/Pixabay)Pixabay

De repente, o céu se cobriu de cinza, vieram trovões e relâmpagos na tarde desta quinta (24). Assim, como se costuma dizer, ‘ fechou o tempo’ em Guarapuava. Confesso a vocês que sou apaixonada pelo ‘tempo’ em todas as nuances e significados. Tudo é questão de tempo: a meteorologia; a distância, por mais longa que seja; um dia para o outro e assim vai. Até para a dor da alma se ouve dizer que o ‘tempo cura’. Pra mim, o Tempo é o Senhor de tudo!

Refletindo sobre essa e outras questões, digo que o tempo é um recurso democrático e implacável. Afinal, não importa a condição financeira, idade ou status social. Todos  dispomos das mesmas 24 horas por dia. No entanto, a desigualdade se manifesta na maneira como o tempo é consumido. Muitas vezes surge como reflexo de dinâmicas sociais e culturais que privilegiam a produtividade em detrimento da qualidade de vida.

Vivemos em uma sociedade que romantiza a correria. A agenda lotada é vista como sinônimo de sucesso, enquanto o descanso e os momentos de introspecção são frequentemente encarados como preguiça ou desperdício. Redes sociais, demandas profissionais incessantes e a busca quase obsessiva por ‘aproveitar o máximo’ do tempo criam uma sensação constante de urgência. O resultado? Um esgotamento coletivo que nos faz esquecer o propósito das nossas ações.

Essa corrida desenfreada nos afasta de uma reflexão essencial: estamos, de fato, usando o tempo de maneira que nos aproxime do que realmente importa? Muitos de nós gastam horas em atividades que não têm significado real. Isso seja em um trabalho que não satisfaz, em distrações vazias que apenas preenchem os minutos de forma superficial. Enquanto isso, a saúde mental, as conexões humanas e os momentos de verdadeiro lazer ficam relegados a um segundo plano.

REPENSAR O TEMPO

Precisamos repensar a gestão do tempo, não como uma busca por eficiência extrema, mas como uma forma de alinhar nossas ações às nossas prioridades e valores. Isso implica aceitar que ‘fazer menos’ pode, paradoxalmente, significar viver mais. O tempo investido em momentos significativos, como um café com amigos, a leitura de um bom livro ou um período de descanso, traz retornos intangíveis, mas essenciais.

É hora de questionar o paradigma da correria e da produtividade sem propósito. Se continuarmos no ritmo atual, corremos o risco de passar pela vida como espectadores de uma peça cujo enredo nos escapa. Gerir o tempo é, acima de tudo, um exercício de consciência: priorizar o que importa, abandonar o que não faz sentido e, finalmente, redefinir o que significa aproveitar o tempo.

Como sociedade, precisamos parar de glorificar o ‘estar ocupado’ e começar a valorizar o ‘estar presente’. Afinal, o tempo, esse recurso irreversível, não espera por ninguém. E por falar nisso, o tempo neste momento é de chuva sobre a cidade.

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Cristina Esteche

Jornalista

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