Categoria entende que se trata de represália por lutarem em busca da reposição salarial
As educadoras que trabalham na rede municipal de ensino em Guarapuava perderam o “prêmio” que vinha sendo concedido pela Secretaria Municipal de Educação há anos. Elas terão que trabalhar durante o período integral das férias escolares de julho que começou a partir desta sexta-feira (16). Embora o estatuto da categoria reze que o período de férias a ser gozado é de 30 dias, – o que já aconteceu no início de 2010 – anualmente as educadoras ganhavam a dispensa de 10 dias na metade do ano.
A iniciativa da Prefeitura em não conceder esse período de descanso em julho está sendo interpretada como uma retaliação à categoria por ter aderido aos protestos que vem acontecendo em busca da reposição salarial.
“Sempre tivemos os 10 dias de descanso neste período de férias escolares. Recebemos o comunicado e estamos indignadas. Não é justo”, reclama Lucilene Vieira Santos.
A educadora Rosane dos Santos concorda com Lucilene e acha que a atitude da secretária municipal de Educação, professora Dorotil Casagrande Melhem pode ser uma represália pelo apoio dado à manifestação do Sindicato dos Servidores Funcionários Públicos e Professores Municipais (Sisppmug) em busca da reposição salarial. “Só pode ser uma forma que acharam para fazer pressão”, avaliou.
De acordo com Lucilene, a notícia foi dada à categoria na quinta-feira (14), depois de estar tudo acertado com o município e com os pais. “A diretora nos comunicou que o recesso de 10 dias era um presentinho da secretária municipal de Educação, e que este ano ela decidiu não nos dar este ‘agradinho’”, comenta indignada. “Temos que ter o nosso descanso, afinal, o nosso trabalho é muito cansativo. Trabalhamos a parte pedagógica, que é cuidar e educar, oito horas por dia e precisamos destes 10 dias para ficar em casa. Também somos mães e queremos ficar com nossos filhos neste período”, argumenta Lucilene.
A educadora Dulce Costa Couto lembra que todo dia acompanha 37 alunos dentro de uma sala de aula e que não será possível continuar o ano sem alguns dias de férias. “Não tem que aguente um ritmo como este”, diz.
Texto e foto: Andréa A. Alves