22/08/2023
Região

Ele faz tudo ao contrário!

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Eu já disse aqui neste espaço que quando se quer fazer não é preciso inventar a roda. Qualquer decisão se torna simples a partir da vontade política de fazer a coisa certa.

Conversando com o prefeito Gelson Costa, de Candói, na tarde desta terça (10), em Guarapuava, tive a convicção do que afirmei acima.

Reeleito para o segundo mandato, Gelson elegeu sete dos nove vereadores, entre 34 candidatos da sua base política, numa coligação que reuniu 15 partidos, incluindo lideranças conservadoras, aquelas à moda antiga. E é justamente aí que reside o xis da questão. Gelson caminha na contramão da maioria dos municípios brasileiros. Não nomeou nenhum dos correligionários para cargos de primeiro escalão, apesar das pressões sofridas de vários lados. Isso não significa, porém, que alguns não possam ser escolhidos para cargos de segundo escalão. Serão, sim, mas desde que tenham condições técnicas, sociabilidade para atender o público e humildade para aceitar que o seu cargo é passageiro e que é, acima de tudo, pago com recursos públicos. Ou seja, é funcionário do povo.

Outra diferença é o tratamento profissional com cargos comissionados, incluindo o secretariado. Todos batem cartão ponto para entrar e para deixar o trabalho. Quem falta sem justificativa plausível tem o dia descontado.

Só para ilustrar, Gelson contou que no mandato anterior um secretário municipal ficou doente. Foi ao médico que lhe deu atestado para 10 dias. Por ser próximo ao prefeito foi possível monitorar não só o estado de saúde, como também a conduta nesses 10 dias de recesso forçado. “Eu vi que ele estava muito mal, mas não tão doente para se deslocar às aulas na faculdade. Se ele tinha condições de ir à aula, por que não poderia trabalhar”? Os dez dias do secretário foram descontados, apesar da justificativa médica. E é com esse rigor que ele conduz a administração pública. “Ou faço a coisa certa ou abro mão”.

Aí entendi porque Gelson foi o prefeito reeleito com o maior percentual da região: 62,57% da totalidade dos votos. 

Será que deu para entender ou será preciso desenhar?

Cristina Esteche

Jornalista

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