22/08/2023
Geral Guarapuava

Eles são homens e mulheres que varrem as ruas da cidade

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Da Redação

Guarapuava – Eles e elas acordam muito cedo porque precisam pegar no batente às 7h15 da manhã, diariamente. Vestindo uniforme verde bandeira, de posse do carrinho, da pá e da vassoura, lá se vão se espalhando pelas ruas do Centro da cidade. São homens e mulheres, de várias idades –  mas é possível perceber que a maioria já chegou aos 50 –  e formam um batalhão para limpar as ruas da cidade. 

“Somos uns 40, mas é pouco para tanto trabalho”, diz Davi Martins, gari há quase 14 anos.

Fazendo uma pausa para o lanche da tarde, alguns sentados na área externa da sala na Rua Guaíra, aproveitando o 'solzinho' do outono, Renato Guedes de Carvalho conta que está nessa atividade há 24 anos. “Eu já faz 13 anos”, intervém Jussara Maria de Lima. “Ah! Eu faz pouco tempo. Só sete anos”, comenta Valter Nunes Ramos.

Caminhando, varrendo, juntando o lixo, durante oito horas por dia, ser gari não é uma tarefa fácil. “Chega no final do dia os pés estão moídos de tanto andar. Dói tudo”, diz Davi.

Se a caminhada diária castiga os pés, os dias frios penalizam as mãos. “Dói as mãos, as orelhas, mas temos que trabalhar”, diz Jussara.

A falta de oportunidade de uma função melhor é o que faz com esses homens e mulheres permaneçam na atividade por tantos anos. “A gente gostaria de ter um emprego melhor, mas não dá. E depois a gente acaba acostumando”, comenta Davi, com a anuência dos demais.

Eles não reclamam da invisibilidade social porque disseram que já acostumaram. “A gente acaba acostumando. Têm pessoas que jogam o lixo nos pés do varredor e nem se importa. Raramente alguém nos cumprimenta”, observa Davi.

“Mas quando alguém nos diz um bom dia, o dia rende, o trabalho fica melhor. É um estímulo para deixar a cidade mais limpa e mais bonita”, observa Jussara.

Apesar de todo dia ser o dia do gari, o calendário nacional escolheu 16 de maio para lembrar a profissão. 

Cristina Esteche

Jornalista

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