Da Redação, com assessoria
Diante de uma emergência você sabe para que número ligar? 190? 192? 193? 197? 198? 181?. Todos estes telefones são gratuitos e disponíveis para atender a população. Mas cada um tem uma finalidade distinta. O 190, talvez por ser mais conhecido da população, é o mais procurado pelas pessoas diante de uma emergência. Mas nem sempre é o telefone mais indicado.
Imagine que você esteja caminhando pela rua e se depara com uma pessoa ferida por disparo de arma de fogo. É possível que você acione o 190 para chamar uma viatura da Polícia Militar (PM). No entanto, o correto seria ligar imediatamente para o telefone 193, que é do Siate (Serviço Integrado de Atendimento de Emergência) – órgão que atende ocorrências em que há pessoas feridas.
“Muitas pessoas ligam no 190 para, por exemplo, pedir informações sobre pontos turísticos, hospitais, endereços, situações de trânsito, entre outros, que não são de competência da Polícia Militar. O 190 é um telefone destinado para emergências e urgências policiais”, explicou o major da Polícia Militar, Olavo Vianei Francischett Nunes, que é chefe do Centro de Operações Policiais Militares (Copom) – que recebe todas as ligações do 190.
“Já ocorreu de uma pessoa que ao chegar à Rodoferroviária de Curitiba ligou no 190 para saber o endereço de um determinado local. Esse não é nosso trabalho. Quando uma pessoa faz isso alguém pode realmente estar precisando da ajuda da Polícia Militar”, exemplificou Vianei.
ACIDENTE DE TRÂNSITO – Em casos de acidentes de trânsito leves, sem vítimas, apenas com danos materiais, é muito comum que o motorista acione o 190 para contar com a presença da PM no local. Nestes casos, o indicado é que as pessoas registrem o acidente no Boletim de Acidente de Trânsito Eletrônico Unificado (Bateu), por meio do site www.bateu.pr.gov.br, num prazo máximo de 180 dias. Este registro poderá ser usado para fins de seguro e também em caso de eventuais ações judiciais.
Já em situações de acidentes em rodovias estaduais, a orientação é que o cidadão ligue para o número 198 do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), unidade especializada da PM que atua na fiscalização, policiamento em rodovias estaduais. Por este canal, o cidadão tem acesso a informações como prevenção de acidentes, educação no trânsito, condições de veículos e documentação; fluidez do trânsito; e atendimento de acidente de trânsito no local. No caso de acidentes em estradas federais o telefone é 191.
O major Manoel Vasco de Figueiredo Junior, chefe de Comunicação do Corpo de Bombeiros, explica que o Siate atende só em Curitiba uma média de 1.800 ligações por mês e durante os fins de semana esse número de atendimentos dobra. Ele ressalta ser muito importante que o cidadão, ao acionar uma ambulância do Siate, preste as informações de maneira clara e verídica para que o atendente possa auxiliar no socorro até a chegada de uma equipe no local.
“As perguntas básicas feitas ao solicitante por telefone são: qual tipo de acidente, o que aconteceu, qual o local, quantas pessoas feridas e qual o estado aparente das vítimas”, disse Vasco.
DEFESA CIVIL – Em casos de alagamentos, inundações, desabamentos o cidadão deve ligar para o número 199 da Defesa Civil.
SAMU OU SIATE – E em quais casos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e não o Siate, deve ser acionado? Apesar de operarem de forma parecida, os dois serviços prestam atendimentos distintos, que variam conforme a natureza da ocorrência.
O Samu atende pelo telefone 192 e o cidadão deve entrar em contato em caso de emergências que envolva problemas cardiorrespiratórios, intoxicações alimentares, afogamentos, queimaduras graves, entre outras situações.
Já o Siate presta atendimento às vítimas de traumas em vários níveis, desde uma fratura em ambiente doméstico até acidentes automobilísticos com várias vítimas, além de agressões e ferimentos por arma.
TROTE É CRIME – A dúvida a respeito de qual telefone de emergência ligar é comum. Mas, em alguns casos, esses enganos acabam por congestionar os telefones, evitando que uma ligação de emergência seja atendida.
O elevado número de trotes passados para telefones de emergência agrava o serviço de atendimento. Só os operadores do 190 atendem em média, em Curitiba, 160 trotes por dia e 1.100 por semana. “É preciso que a população tenha consciência sobre o uso dos telefones de emergência, pois aquele que hoje está fazendo mau uso e atrapalhando o sistema, a qualquer minuto pode precisar dele”, disse Vianei. “O Copom recebe por dia em Curitiba uma média de 3.200 chamadas. Destas, cerca de 1.200 existem de fato a necessidade de despachar uma viatura da PM para o local”, diz. Nas demais ligações, o atendente ou orienta o cidadão a entrar em contato com outro telefone ou consegue resolver pelo telefone mesmo.
Embora com menos frequência, o telefone 193 do Corpo de Bombeiros (que também atende o Siate) igualmente é alvo de trotes: principalmente com comunicações de falsos incêndios. Além do combate a incêndio, os bombeiros, através do 193, devem ser acionados em situações de busca e salvamento.
Passar trote para a polícia é crime e a pena pode chegar a seis meses de prisão. Além do crime, uma falsa comunicação de emergência para a polícia acaba por evitar que uma pessoa que realmente precise de ajuda seja atendida.
“Os telefones de emergência existem para que o cidadão possa ter acesso aos serviços, geralmente, em momentos de aflição, difíceis em sua vida. São de atendimento às necessidades prioritárias, por isso é importante que o cidadão entenda que obstruir estes serviços acarreta sérios problemas ao atendimento. É importante que se faça bom uso para que não atrase situações que já são prioritárias”, comentou o comandante-geral da PM, coronel Maurício Tortato.
DISQUE-DENÚNCIA – Diferentemente do 190, destinado a atender emergências e urgências policiais, o Disque Denúncia 181, que atua em todo o Paraná, tem por finalidade receber denúncias sobre qualquer tipo de crime. A ligação é gratuita e anônima, ou seja, a identificação do denunciante é mantida em sigilo absoluto. A denúncia também pode ser feita através do site www.181.pr.gov.br — mantido o absoluto sigilo.
O capitão da PM Edivan Fragoso, que é o coordenador estadual do 181, explica que as principais denúncias recebidas pelo Disque-Denúncia dizem respeito a tráfico de drogas, mas que também há registros sobre violência contra a mulher, criança e idoso, roubos, homicídios, pessoas desaparecidas e cidadãos procurados pela Justiça. As denúncias recebidas pelo telefone 181 são direcionadas para as forças de segurança, conforme a natureza da informação.
“Em 2015, foram 33.912 denúncias. Essa contribuição da população com a segurança pública resultou na apreensão de quase 2 toneladas de drogas. Foram 230 quilos de cocaína, 530 quilos de crack e 1,2 tonelada de maconha. Os números se referem a soma das apreensões feitas com base no 181 pela Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal em todo o estado”, explicou o capitão.
CORREGEDORIAS – Em caso de denúncias contra ação de policiais, a população pode ligar para 0800-643-7090 quando se tratar de policiais militares. Quando forem contra policiais civis ligar para 0800-41-0090, que é da Ouvidoria.
“O cidadão pode repassar denúncias, mas também fazer elogios sobre atuações de policiais militares, além de sugestões e críticas. É uma forma de a população fiscalizar as ações policiais e incentivar os profissionais de segurança, além de reconhecer o empenho e dedicação em prol da segurança pública”, afirma o corregedor-geral da PM, coronel Daniel Jacinto Berno.
ENTENDA A FUNÇÃO DE CADA UM
181 – DISQUE-DENÚNCIA: É um serviço gratuito oferecido à comunidade para o repasse de informações sobre crimes. O denunciante não precisa se identificar. Desde sua criação, em 2003, não houve nenhum caso de divulgação da identidade das pessoas que ligaram no 181.
190 – POLÍCIA MILITAR: É o telefone de emergência da Polícia Militar por meio do qual podem ser repassadas/relatadas situações de furto, roubo, homicídio, violência doméstica, agressão, depredação do patrimônio público, invasão de domicílio, entre outros delitos que imponham o cidadão ao risco iminente de um ilícito penal ou no momento em que estas situações estejam ocorrendo;
191 – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL: Utilizado pela Polícia Rodoviária Federal, a população poderá ligar para informar sobre ocorrências nas rodovias federais como, por exemplo, crimes, acidentes ou irregularidades.
192 – SAMU: Cabe à central do Samu encaminhar ambulância para o atendimento ou orientar o cidadão sobre onde procurar ajuda, conforme o caso relatado. São considerados casos de urgência e emergência problemas cardiorrespiratórios, intoxicações alimentares, afogamentos, queimaduras graves, entre outras situações.
193 – SIATE: Recebe informações sobre casos de combate e prevenção de incêndios, busca e salvamentos, atendimento pré-hospitalar, ações de Defesa Civil (alagamentos e enchentes), acidentes de trânsito com vítima presa em ferragens, disparo de arma de fogo, ferimento por arma branca, afogamentos, ou qualquer ocorrência em que tenha pessoas feridas.
197 – POLÍCIA CIVIL: O telefone utilizado pela Polícia Civil do Paraná para que quem tiver informações que colaborem com as investigações da instituição possa entrar em contato. A ligação é gratuita e não há necessidade de identificação.
198 – BPRv: O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), unidade especializada da Polícia Militar para atuação na fiscalização, policiamento em rodovias estaduais, está à disposição dos usuários por meio do 198. Por este canal, o cidadão tem acesso a informações como prevenção de acidentes, educação no trânsito, condições de veículos e documentação; fluidez do trânsito; e atendimento de acidente de trânsito no local;
199 – DEFESA CIVIL: O número poderá ser discado quando ocorrer inundações, desabamentos, incêndios ou desastres naturais que tenham vítimas e desabrigados.
0800 643 7090 – COGER: A Corregedoria da Polícia Militar (Coger) possui um telefone para a denúncia de qualquer cidadão referente aos policiais militares. O denunciante não precisa se identificar. O atendimento é das 8 horas até 11h30 e de 13h30 até 17h30, de segunda à sexta.
0800 41 0090 – OUVIDORIA: A Corregedoria da Polícia Civil possui um telefone para a denúncia de qualquer cidadão referente aos policiais civis. O denunciante não precisa se identificar. O atendimento é das 8 horas até 11h30 e de 13h30 até 17h30, de segunda à sexta.