Da Redação
Até 2018, para cada aluno que se formar em medicina no Brasil haverá uma vaga para residência médica. Esta medida integra o Programa Mais Médicos do governo federal, voltado à expansão e qualificação da graduação em Medicina. A estratégia para alcançar a meta está sendo debatida com profissionais, professores, gestores de saúde e alunos em seminários que acontecem em todas as regiões do país até 24 de setembro.
De acordo com o secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Hêider Pinto, a intenção é orientar a criação de vagas de residência, sempre mantendo a exigência na qualificação dos profissionais, e de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde, tendo como prioridade a Medicina Geral de Família e Comunidade.
De 2010 a 2015, o Ministério da Saúde ampliou em 552% o número de bolsas de residência médica oferecidas. Em todo o país as vagas saltaram de 785 para 6.535. O plano traçado em 2013 pelos Ministérios da Saúde e Educação é expandir 12,4 mil vagas para residentes até 2017. A prioridade das vagas criadas na expansão é para Medicina Geral de Família e Comunidade (MGFC), formando profissionais capazes de atuar na Atenção Básica.
Além dos residentes, o ministério quer formar outros 10 mil preceptores até 2018, chegando a 14,2 mil profissionais capazes de supervisionar até 3 residentes cada e também podendo atuar junto a graduandos. O objetivo é aumentar a quantidade de profissionais capacitados para atender os programas de residência em MGFC em todas as regiões do país.
RESIDÊNCIA – A universalização da residência médica faz parte das ações do Mais Médicos, que estabeleceu, até 2018, uma vaga de residência para cada médico formado. Desde 2013, já foram autorizadas 4.742 vagas dentre as 12,4 mil previstas até 2017 para formação de especialistas. Com a criação de mais três mil bolsas de residência médica no país anunciadas no início de agosto, sendo duas mil financiadas pelo Ministério da Saúde e mil pelo Ministério da Educação, a quantidade de vagas chegará a 7.472 (62% da meta).
A oferta é feita por meio do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas – Pró-Residência, que estimula a expansão de vagas da residência médica, com foco nas especialidades estratégicas para o SUS. As instituições interessadas em ampliar suas vagas poderão se inscrever até 4 de outubro de 2015.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade nas novas bolsas para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões. Das novas vagas, 75% são para ampliar a formação de médicos especialistas em Medicina Geral de Família e Comunidade. A ampliação das oportunidades para formação de médicos de família também cumpre à legislação do Programa, que transformou a especialização nesta área em pré-requisito para a formação em outras especialidades.
SOBRE O PROGRAMA – Criado em 2013, o Mais Médicos ampliou à assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Atualmente, o Programa conta com 18.240 profissionais em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas, beneficiando cerca de 63 milhões de pessoas. Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país.
No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS). Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina.