Uma publicação na edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta quarta (23) traz a demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Entretanto, o mesmo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, nomeia o ruralista Joaquim Álvaro Pereira Leite para o ministério. Ex-produtor de café e um dos mais antigos membros da Sociedade Rural Brasileira, Leite ocupava uma secretaria do MA.
Salles pede demissão em meio a uma estadia polêmica no Ministério do Meio. De acordo com informações da mídia nacional, numa reunião em 22 de abril do ano passado, Salles sugeriu a Bolsonaro que aproveitasse a pandemia da Covid-19. Ele disse ao presidente que poderia “ir passando a boiada”, referindo-se a alterações de regras ambientais”. Ele também é alvo de inquérito por atrapalhar investigações sobre apreensão de madeira.
DIA TURBULADO
Além da demissão do ministro, o Governo enfrenta turbulência com o escândalo da compra da vacina indiana Covaxin. É que Bolsorano comprou a vacina por um preço 1000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes. Conforme a denúncia feita pelo site do O Estadão nessa terça (22), documentos do Ministério das Relações Exteriores, sustentam matéria publicada.
De acordo com o jornal, um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi, em agosto do ano passado, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias. O equivalente a US$ 1,34 por dose.
Entretanto, dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia “custaria menos do que uma garrafa de água”. Mas em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade. Ou seja, R$ 80,70, segundo a cotação da época. Essa é a mais cara das seis vacinas compradas pelo Brasil até agora. O contrato é de R$ 1,6 bilhão.
PARCIALIDADE DE MORO
Ainda nesta quarta (23), por 7 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal decide que Moro foi parcial contra Lula na ação sobre o tríplex do Guarujá.