Em estreia na rádio, Carli cobra o que não fez

Em sua estreia como comentarista político nesta segunda (1º) na Rádio Cacique, de sua propriedade, o ex-prefeito Fernando Ribas Carli (PP) cobrou o que não fez. Ao lado de Roberto Lobo, Carli criticou a demora para a liberação de novos projetos na área de habitação popular. Segundo ele, é inadmissível que o município demore até 180 dias para a liberação da obra solicitada. Carli, entretanto, nos oito anos dos últimos mandatos não priorizou projetos habitacionais para baixa renda, ficando sem a construção de casas populares nesse período. Esquece também a inquestionável frase de sua autoria: “Se a morte viesse por encomenda queria que viesse pelo setor de protocolo da Prefeitura, pois não chegaria nunca”, referindo-se à demora no andamento dos trâmites burocráticos em todos os setores da administração pública.

Carli também cobrou a falta de incentivos para a atração de novas indústrias. Cabe lembrar que Carli encenou a inauguração da Jacquet em 8 de novembro de 2012, no “apagar das luzes” da sua gestão, e que geraria 200 empregos diretos até abril de 2013. Passados quase dois anos, porém, a Jacquet gera 11 empregos e não está em atividades  alegando estar em fase de testes e aguardando a chegada de equipamentos importados, que estariam bloqueados por problemas de importação no Porto de Paranaguá.

O ex-prefeito também diz ter recebido reclamações de funcionários insatisfeitos com os salários. Entretanto, Carli esquece que ele é um dos responsáveis pela defasagem de quase 50%, de acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos e Professores Municipais, o Sisppmug.

O programa de Carli, reflete uma espécie de “mea culpa”, como se ele criticasse o momento de Guarapuava assumindo diretamente a sua parcela de omissão e que agora está fazendo com que a Prefeitura tenha que trabalhar dobrado para recolocar Guarapuava no caminho do desenvolvimento.