Da Redação
Foz do Iguaçu – Para muita gente, o dia não cabe em 24 horas. É tanta correria e atropelo que a gestão do tempo (especialmente a qualidade do seu uso) tornou-se um dos maiores problemas do mundo contemporâneo. Uma demanda para ontem.
Por isso, a Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade promoveu no auditório Florestan Fernandes, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), uma roda de conversa sobre a pesquisa “Produzir, consumir, viver e imaginar: novos padrões de uso sustentável do tempo”. O estudo está em fase de levantamento de dados e foi mostrado nessa quinta (09).
O evento, uma iniciativa do Comitê de Equidade de Gênero da Itaipu, faz parte das comemorações do Mês da Mulher. Cerca de 50 mulheres – gerentes da Itaipu e do PTI, empreendedoras e empresárias – participaram da atividade.
Esses bate-papos servirão de base para a pesquisa que é inédita e deverá ser lançada no segundo semestre. Para a diretora financeira executiva, Margaret Goff, esse é um dilema dos dias atuais, sobremaneira para a mulher, que normalmente tem jornadas duplas e até triplas.
Estudos mostram que as pessoas estão cada vez mais se tornando vítimas de doenças físicas e psicossomáticas porque não sabem dividir o tempo entre a vida particular e o trabalho. Acumulam tudo.
Com as rodas de conversas, o que se pretende é trazer essa problemática à tona e apontar soluções que possam se transformar em políticas públicas para garantir uma melhor qualidade do uso do tempo das pessoas na questão da mobilidade, dos afazeres do trabalho e outras práticas do dia a dia.
O levantamento leva em consideração o contexto atual, que inclui os seguintes fatores: vivemos um movimento mundial que busca padrões de vida mais sustentável. O estilo urbano tornou-se dominante e deve ser valorizado sob uma nova ótica e uma nova prática que traga mais saúde e bem-estar.
Também considera a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho e aumento da liderança feminina em diversas áreas de atuação, além do surgimento de novos movimentos de mulheres e sua preocupação com a qualidade de vida.
A especialista em meio ambiente e sustentabilidade, Samyra Crespo, que está coordenando o trabalho, disse que a loucura é tamanha que hoje as pessoas estão terceirizando tudo, até pêsames em velório. Samyra contou que esses dias estava indo a um sepultamento e várias amigas ligaram pedindo para que ela levasse os cumprimentos à família. Depois de receber o mesmo pedido de diferentes pessoas, respondeu que daquele jeito ia ter que levar uma “procuração”.
Para a conselheira da Rede Mulheres, Ieda Novais, o tempo é escasso, finito, não renovável, portanto, é um bem raro. O caso só reforça o quanto as pessoas estão perdidas no controle de seu próprio tempo e suas prioridades.
São público-alvo da pesquisa executivas e executivos de empresas públicos e privadas, CEOs envolvidos em programas de treinamento, especialistas em comportamento, lideranças femininas e especialistas em estilo de vida sustentável e ecologia urbana.
Serão levados com consideração o tempo produtivo, o tempo em casa, o tempo do ócio, o tempo dos afetos, o tempo roubado e o tempo acelerado nas cidades. A pesquisa é de natureza qualitativa.
REDE
A Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade é uma iniciativa que atrai e mobiliza mulheres em posições de liderança interessadas nas questões de sustentabilidade. É um trabalho colaborativo é voluntário. Outras informações aqui .