A morte de um bovino macho, em uma propriedade do interior de Goioxim, foi confirmada pelo escritório regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). O diagnóstico positivo foi confirmado a partir da suspeita do dono de uma propriedade na comunidade de Pinhalzinho, que notificou os profissionais da Adapar. Após a realização da coleta, o caso foi confirmado em laboratório. A morte do animal ocorreu no final do mês de junho. Apesar da doença oferecer risco a humanos, a Agência e a 5ª Regional de Saúde informaram que a situação está sob controle.
De acordo com médico veterinário da Adapar, Marcel Pereira, que atende os municípios de Goioxim e Cantagalo, a morte de outros cinco animais em um histórico de dois meses também levantam suspeitas de contaminação do vírus nos bois da propriedade.
“Nós temos a informação de um funcionário que viu o rebanho ser atacado por morcegos. A suspeita existe pela semelhança dos sintomas, mas a confirmação, nesse momento, é de apenas um bovino. Quando o animal é contaminado pelo vírus da raiva seu sistema nervoso é afetado e ele começa a apresentar baba excessiva, falta de coordenação, paralisia dos membros”.
Ainda segundo Marcel, o tempo entre o contato com o vírus e a morte do animal contaminado é variável. No bovino morto em Goioxim, estima-se o período de uma semana. A partir do fato, a Adapar realiza agora um trabalho preventivo nas propriedades da região.
Nesse momento a preocupação maior está no campo, principalmente na região da propriedade atingida. O risco é grande por ser uma doença fatal em que poucos casos de vítimas acometidas com o vírus sobrevivem. Nesse momento, intensificamos nossas visitas nas propriedades da região, que já ocorrem frequentemente. É um trabalho educativo, de orientação, sobretudo, sobre a importância da vacinação.
PREVENÇÃO
A vacinação contra o vírus da raiva está disponível em lojas agropecuárias de todas as cidades e devem ser adquiridas com investimentos próprios do agropecuarista. A vacina compreende a execução de duas doses, sendo que 30 dias após a realização da 1ª, o animal já deve receber a dose final.
Em Goioxim, a última revisão nas propriedades do município foi realizada em abril. Com a ocorrência, haverá verificação de novos focos em tocas e buracos da região para trabalho de controle. De acordo com informações da Adapar, existem suspeitas de contaminação do vírus em animais de outros municípios da região, como Prudentópolis.
Com o intuito de evitar mais ocorrências e complicações a nível comunitário, o diagnóstico do vírus em animais acometidos pelo ataque de morcegos hematófagos foi notificada pela Adapar de Goioxim a secretaria municipal de saúde e a 5ª Regional, sediada em Guarapuava. Segundo o chefe da divisão de vigilância em Saúde, da 5ª Regional, Adriano Brum, a repartição já está atuando em trabalhos preventivos.
“O protocolo é receber a notificação e iniciar um trabalho de orientação a toda a comunidade. A preocupação maior é com os proprietários dos animais afetados, se houve contato com secreções que que o colocam em contato com o vírus. É um trabalho preventivo e educacional, iniciado a partir da notificação da ocorrência”.