quarta-feira, 21 de mai. de 2025
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Cotidiano Em Alta Guarapuava

Em Guarapuava, mais de 500 crianças têm apenas o nome da mãe

Os registros de dupla maternidade em certidões de nascimento vêm se consolidando como um reflexo da diversidade nas configurações familiares no estado

Mãe solo (Foto: Freepik)

Neste Dia das Mães, dados dos Cartórios de Registro Civil de Guarapuava evidenciam um aspecto marcante da maternidade no município. O número de crianças registradas apenas com o nome da mãe. Desde 2020, mais de 500 recém-nascidos não têm o nome do pai na certidão de nascimento. Só em 2024, esse número se aproximou dos 120 casos, conforme a pesquisa a partir de 2020.

Números dos Cartórios de Registro Civil de Guarapuava mostram que no ano passado 114 recém-nascidos foram registrados apenas com o nome da mãe. Desde 2020, esse número chega a mais de 500. Apesar do número expressivo de recém-nascidos sem a paternidade registrada em 2024, o município apresentou um leve declínio em relação a 2023, quando somou 128 casos de registros.

De acordo com Cesar Augusto de Melo, presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), dados reforçam a realidade de muitas mães que assumem sozinhas a criação dos filhos. E mostram, ao mesmo tempo, o papel fundamental dos Cartórios de Registro Civil na garantia do direito à identidade desde o nascimento.

Seja em situações em que a paternidade não é reconhecida ou nos casos de duplo vínculo materno, nosso compromisso é assegurar dignidade e cidadania a todas as famílias, independentemente de sua formação.

De acordo com a Associação, os dados estão disponíveis na página ‘Pais Ausentes’, no Portal da Transparência do Registro Civil. Trata-se de uma plataforma nacional administrada Arpen-Brasil.

Conforme a Arpen, o município registrou 92 crianças sem o nome do pai em 2020, 90 em 2021, 109 em 2022, 128 em 2023 e 114 no ano passado. Até maio deste ano, já são 50 recém-nascidos registrados apenas com o nome da mãe. São Paulo lidera o número de registros no país, com mais de 146 mil nos últimos cinco anos, seguido por Bahia (69.814), Rio de Janeiro (66.916), Minas Gerais (61.467) e Pará (55.233).

MÃE EM DOBRO

Nos últimos anos, os registros de dupla maternidade em certidões de nascimento vêm se consolidando como um reflexo da diversidade nas configurações familiares no estado. De acordo com dados dos Cartórios de Registro Civil, entre 2020 e 2024, os dados anuais foram: 457 em 2020, 429 em 2021, 435 em 2022, 465 em 2023 e 350 em 2024. Em 2025, até o momento, foram registrados 68 casos, número que ainda pode crescer até o final do ano. Esses dados mostram como o reconhecimento legal da parentalidade por duas mães tem avançado. Promovendo, dessa forma, a cidadania e igualdade de direitos às famílias homoafetivas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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