22/08/2023
Segurança

Em nota, Bispo diz acreditar que denúncias contra padre Sercio são ´caluniosas´

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Cristina Esteche

O bispo Diocesano D. Antonio Wagner da Silva, de Guarapuava, disse em nota oficial que a Mitra está colaborando com as investigações que estão sendo feitas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), na Operação Sacrilégio, deflagrada nessa quarta feira (19). Diz também que espera que os fatos sejam “totalmente elucidados”, e que havendo provas  defende que os envolvidos sejam responsabilizados. Entretanto, D. Vagner ressalta que a Mitra acredita e espera que o fato não passe de denúncias caluniosas.

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A Operação, que envolve núcleos do Gaeco de outros municípios, além da unidade local, veio à tona na tarde de ontem, quarta (19), coma prisão do padre  Sercio Ribeiro Catafesta, ex pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima, do bairro Primavera e hoje  – Econômo Administrador  e membro do  Conselho Diocesano de Assuntos Econômicos (Codae), presidido por D. Vagner. Padre Sercio cumpre prisão temporária de cinco dias no Corpo de Bombeiros. Outras três pessoas envolvidas e que possuíam empresas “laranjas” estão na Cadeia Pública de Guarapuava.

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Movimentação financeira

Embora o processo tramite em segredo de Justiça na 2ª Vara Criminal, a RSN obteve informações de que o sacerdote administra os recursos e as obras de 47 paróquias que compõem a Diocese de Guarapuava. As denúncias feitas ao Ministério Público revelam possíveis desvios de dinheiro. Segundo informações de fontes da RSN, somente a conta de uma das paróquias movimenta R$ 10 milhões. A Mitra abriga uma espécie do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o nome oficial do Banco do Vaticano,  que é o templo financeiro da Santa Sé, no Vaticano e que recentemente se viu  envolvida numa série de escândalos e intrigas envolvendo da gestão das finanças da Santa Sé.

Em Guarapuava, tendo o padre Sercio como o administrador é ele quem coordena as obras nas paróquias, incluindo compra de materiais e outros serviços.

Contra a corrupção

O que chama a atenção  é que o sacerdote suspeito sempre combateu a corrupção tendo, inclusive, celebrado missa na Assembleia Legislativa do Paraná contra esse tipo de prática. Enquanto pároco no Bairro Primavera, organizou a comunidade católica para que tivesse um representante político que defendesse os interesses locais. Também foi ativista  em defesa de melhorias no Bairro e chegou a organizar e comandar a comunidade cascalhando a rua que passa em frente a Igreja. 

Cristina Esteche

Jornalista

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