“A defesa aponta, categoricamente, que Luís Felipe é inocente, a denúncia foi prematura e não encontra respaldo em nenhum elemento científico de prova”. Essa é a resposta apresentada pelos advogados de defesa de Luís Felipe Manvailer, Adriano Bretas, Caio Fortes de Matheus e Cláudio Dalledone Júnior, em relação a acusação de feminicídio feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), no caso que investiga a morte de Tatiane Spitzner, ocorrida no dia 22 de julho, no centro de Guarapuava. Na denúncia, Manvailer é acusado ainda de fraude processual e cárcere privado.
Entenda:
MP-PR denuncia Manvailer por homicídio, cárcere privado e fraude processual
MP apresentará denúncia de feminicídio contra Manvailer; imagens foram divulgadas
A advogada Tatiane era casada com Luís Felipe há cinco anos e morava com ele em um apartamento residencial. Sua morte ocorreu após Tatiane cair da sacada do 4º andar do prédio, durante a madrugada, depois de uma briga do casal. Luís Felipe está preso há 34 dias na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), suspeito de tê-la jogado da sacada.
Nessa quinta feira (23), a defesa reiterou em sua resposta à acusação, os mesmos argumentos apontados no pedido de suspensão do processo, alegando que “a acusação ainda não está minimamente delimitada” e que a denúncia não identifica a causa oficial da morte de Tatiane, já que o laudo de necropsia ainda não foi concluído.
“Ora, saber qual foi a causa mortis será crucial para elucidar alguns aspectos decisivos para o exercício da defesa: Onde Tatiane morreu: dentro ou fora do apartamento? Quando ela veio a óbito: antes ou depois da queda? Qual foi a razão de sua morte: asfixia ou politraumatismo decorrente da queda? Tudo isso é de curial relevo para que a defesa possa enfrentar a acusação”, diz o documento.
Além da alegação de impossibilidade de apresentação de defesa por meio denúncia oferecida, os advogados pedem, também, que os “prints” de mensagens trocadas em conversas via WhatsApp, entre Tatiane e uma testemunha, amiga da vítima, onde indícios de uma relação abusiva entre o casal e a intenção de divórcio de Tatiane são evidenciados, sejam anulados. Outra demanda apresentada pela defesa solicita que os aparelhos celulares de Tatiane e Luís Felipe, além dos aparelhos de testemunhas, passem, por perícias técnicas para, posteriormente, serem validados como provas do processo.
A defesa pede, ainda, “reabertura de oportunidade para nova manifestação depois que os laudos vierem aos autos”.
NOVAS TESTEMUNHAS, IMAGENS E PROVAS
Ainda dentro das solicitações feitas pela defesa, está a oitiva de 23 testemunhas, dentre elas, vizinhos e moradores do prédio residencial onde Tatiane e Luís Felipe residiam, amigos do casal, o irmão do réu, e ainda, uma testemunha que reside na Alemanha, país onde o casal morou durante três anos, após o casamento.
Como requerimento de provas, na resposta apresentada pela defesa frente a acusação, os advogados solicitam que um perito e um médico legista, ambos de Curitiba, sejam admitidos como assistentes técnicos do processo.
No mesmo pedido, os advogados solicitam que as “filmagens do bar onde o casal comemorava o aniversário de Luís Felipe [momento anterior a morte de Tatiane], filmagens das câmeras de segurança dos pedágios, entre uma série de provas”, sejam adicionadas ao processo.
O advogado auxiliar de acusação, que atende a família de Tatiane, Gustavo Britta Scandelari, e o Ministério Público do Paraná ainda não se manifestaram sobre a resposta apresentada.