22/08/2023


Guarapuava Segurança

Em nota, família de Tatiane repudia pedidos feitos pela defesa de Manvailer

Defesa do professor universitário pediu que prints não tenham valor no inquérito policial. Também foi solicitado que vídeos mencionados por delegado não sejam divulgados ao público

Pedidos feitos pela defesa do professor universitário Luís Felipe Manvailer, indiciado pela morte da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, provocaram a reação da família da guarapuavana na tarde desta quarta feira (1). Em nota, eles, respaldados pelo escritório de advocacia que defenda família, repudiaram dois pedidos feitos pelos representantes de Manvailer envolvendo o caso.

O primeiro pedido, feito em caráter de urgência, solicita que os prints anexados ao inquérito policial entregue ontem (31) não tenham valor legal. O segundo diz respeito a declarações dadas pelo delegado que conduz o caso, Bruno Miranda Maciozek, sobre vídeos do circuito interno de segurança do prédio onde ambos moravam. Em coletiva, Bruno declarou que as imagens mostram “agressões brutais” de Luís Felipe contra Tatiane. A defesa do acusado pediu que estes vídeos permaneçam em sigilo, sem serem divulgados ao público.

Entenda: Defesa de Manvailer pede impugnação de prints com conversas de Tatiane

As conversas foram registradas entre março e julho deste ano (Imagem/Divulgação: Projudi)

Nas mensagens, Tatiane revela detalhes sobre o relacionamento do casal (Imagem/Divulgação: Projudi)

As conversas foram anexadas ao inquérito pelo advogada da família de Tatiane (Imagem/Divulgação: Projudi)

Para o advogado da família da vítima, Gustavo Scandelari, o pedido feito pelo indiciado “não tem base na lei. As imagens das conversas foram entregues espontaneamente por uma de suas interlocutoras e registradas em cartório em documento com fé pública. Elas são reais. Já os vídeos constituem provas fundamentais para a elucidação do caso e, por isso, são de interesse da sociedade, já que o suspeito poderá ser julgado pelo povo. A investigação não corre sob sigilo e todos os processos são públicos, via de regra. Deveria ser de interesse do próprio indiciado poder expor à sociedade o que ocorreu naquela madrugada”.

Gustavo disse que defesa da família aguarda posição do MP-PR (Foto: Cristina Esteche/RSN)

De acordo com a defesa da família de Tatiane, os vídeos mencionados pelo delegado Bruno foram captados momentos antes de o casal entrar no apartamento onde moravam. Eles mostrariam a tentativa de Tatiane fugir do seu marido, que estava lhe agredindo violentamente.

Esses vídeos, somados ao comportamento do preso logo após o fato, aos depoimentos, ao laudo, às conversas de Tatiane com sua amiga e outros elementos descartam completamente a versão de que teria sido suicídio, tornando sólido o seu indiciamento pela polícia.

Em nota, a família informou que parentes e amigos de Tatiane são unânimes ao afirmar que o relacionamento do casal estava bastante desgastado há cerca de três meses e que existia a intenção do divórcio por parte de Tatiane. Eles ressaltam que ela era uma pessoa muito querida por todos, alegre e que jamais cometeria suicídio. A afirmação de que ela teria se suicidado foi dada por Luís Felipe em um de seus depoimentos à polícia, no início do caso.

Com a entrega do inquérito policial nessa terça (31), o Ministério Público do Paraná tem cinco dias úteis para analisar o parecer e decidir se oferecerá ou não denúncia contra Manvailer. Ele foi indicado foi homicídio qualificado, violência doméstica contra mulher, com motivo torpe e uso de meio cruel que impossibilitou a defesa da vítima. O professor universitário segue preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).

Cristina Esteche

Jornalista

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