“A gente cortou bastante coisa na hora da compra. Principalmente carne que é a mistura principal em casa. A gente vai na que está mais barata”. Em uma casa com quatro pessoas, Sandra Rita que é pedagoga ‘se vira nos trinta’ na hora de fazer as compras de supermercado sem perder o controle nos gastos.
Além disso, ela contou ao Portal RSN que devido os preços, não só dos alimentos como também do gás, a família optou em investir em marmitex.
Se você for ver bem o preço do gás, pra você fazer a comida, não está compensando. Além disso, não é todo mundo que come o mesmo alimento. As vezes a gente acaba fazendo um banquete e vai fora. Então compensa pegar marmitex que acaba saindo mais em conta.
De acordo com o último levantamento do Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe), do Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Unicentro divulgado em abril, no primeiro quadrimestre de 2022, o Valor da Cesta Básica de Alimentos de Guarapuava (CBAG) acumulou um aumento de 24,37%.
Além disso, no resultado do mesmo mês, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a inflação saltou para 12,13% no acumulado em 12 meses, a maior alta desde outubro de 2003. Em Guarapuava, no mesmo período, o valor da cesta básica subiu 34,17%.
INFLAÇÃO
A inflação nesse patamar é uma das variáveis econômicas mais sentidas pela população. Cada vez mais o consumidor coloca menos produtos no carrinho, mas paga mais pelo que leva. Segundo Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE) em convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) explica que um dos setores mais afetados é alimentício.
O consumidor vai ao supermercado comprar mais ou menos as mesmas coisas do mês anterior e percebe que estourou o orçamento.
Isso por que o volume de crédito despejado em todo o mercado, como uma tentativa de amenizar os efeitos da pandemia, gerou um poder de compra na mão da população que evitou uma crise maior. No entanto gerou pressões de demanda em várias Regiões do mundo.
Por outro lado, ainda conforme o economista, a desorganização das cadeias produtivas durante a pandemia, ainda está sendo sentida hoje. Por isso que a cesta básica aumentou. E segundo especialistas, não deve baixar tão logo.
GUARAPUAVA
Composta por 13 alimentos, a CBAG que inclui cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo totalizou em abril o valor de R$ 618,12. Isso representa um aumento de 2,11% em relação ao valor praticado em março/2022 que era R$ 605,34. Entretanto, de janeiro a abril/2022 o aumento acumulado foi de 24,37%.
Conforme o Nepe – Unicentro em 12 meses o valor da cesta básica apresentou uma alta de 34,17%, sendo que mais de 70% desse aumento ocorreu nos primeiros quatro meses de 2022. Enquanto que em maio/2021 o consumidor desembolsava individualmente R$ 484,09 para consumir a os 13 alimentos da CBAG, em abril/22 o consumidor teve que desembolsar R$ 618,12.
Com exceção do arroz e do feijão que não apresentaram aumento nos últimos 12 meses, os demais produtos tiveram grande elevação de preços.
No caso do tomate que, apesar ter apresentado uma queda do preço em abril de 20,24%, vem acumulando uma alta de 100,52%. A batata aumentou 94,25%. Banana 82,11%. Café 61,93%. Farinha de trigo 28,95% e açúcar reajuste de 28,58%.
Segundo a economista do Nepe/Decon/Unicentro, a aceleração do valor da cesta básica vem sendo observada, não só em Guarapuava, mas em todo o Brasil e é consequência de diversos fatores, como já comentado, a queda na ofertada devido a problemas sazonais do clima.
“Assim como o aumento no preço dos insumos, a desvalorização do Real, aumento dos custos de produção devido ao aumento do preço dos insumos, água, do gás. Como também da energia e dos combustíveis que encarece o transporte, e das influências externas como a guerra da Rússia contra a Ucrânia”.
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