22/08/2023
Cotidiano

Em situações precárias, distrito de Guará comemora 60 anos nesta segunda-feira

Por Cristina Esteche

 

Segunda-feira, 14 de novembro. Há 60 anos o município de Guarapuava ganhava um distrito a partir de Lei Estadual 790/51 assinada pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Neto.

Com cerca de 4 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas com uma estimativa de possuir mais de 5 mil pessoas morando no local já que muitas famílias não foram pesquisadas no último censo, o Guará traz no nome a marca de Guarapuava (Guará – lobo Puava – bravo). Mesmo assim o distrito se ressente com a falta de uma atenção básica por parte da administração municipal. “A condição das estradas rurais, sob o meu ponto de vista, é a principal necessidade”, diz Luiz Alberto Ogibowski, diretor do Colégio Estadual do Guará, que abriga 500 estudantes. Com cerca de 300 quilômetros de estradas que interligam localidades interioranas, 04 assentamentos legalizados (Banana, Europa, 14 de Novembro e Rosa), e outros dois acampamentos (Arueira e Papuã) localizados em áreas de preservação ambiental (APA da Serra da Esperança), o Guará detém em sua maioria pequenas propriedades rurais.

 

A precariedade das estradas também prejudica o transporte escolar. “Cerca de 80% dos alunos do colégio estadual e da escola municipal dependem do transporte escolar. No início do ano letivo ficamos 20 dias sem transporte”, lembra o professor.

“A situação desses acampamentos é delicada e assim como os assentamentos precisa de atenção”, diz o professor. Sem estradas, sem incentivos, sem programas de geração de renda, sem estrutura funciária e sem condições de evoluir, o distrito que já foi o maior produtor de maçã em Guarapuava está abandonado.

Quem mais sente as dificuldades são os jovens. Sem qualquer perspectiva de emprego cumprem o ensino médio e patrocinam uma evasão anual que pode levar o distrito a ter uma população composta por apenas idosos e famílias abastadas. “Formamos uma média de 20 jovens por ano e a maioria vai embora para Santa Catarina em busca de emprego”, observa Ogibowski.

O local não oferece nenhuma opção de esporte ou lazer. “A proposta do atual prefeito Fernando Carli era fazer um convênio com a associação e construir quadras de areia, para futebol e outras modalidades coletivas, uma praça, mas disso foi feito”, reclama Ogibowski. De acordo com o professor, durante a última campanha eleitoral a Prefeitura foi até o distrito de deixou 03 metros de areia e uns postes ao lado do Posto de Saúde.
“O nosso distrito vive um dos piores isolamentos administrativos que já observei”, lamenta o professor.

Cristina Esteche

Jornalista

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