22/08/2023
Guarapuava

Em tempo de campanha, bom mesmo é falar de futebol!

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Estamos em plena campanha. Os candidatos estão aí, nas redes sociais, nos programas de rádio, de televisão, nas casas, nas festas. Onde há povo, lá estão eles.

Mas neste momento, em tempo de campanha eleitoral, o bom mesmo é falar de futebol.

Que essa modalidade esportiva é ópio do povo todo mundo já sabe. Até virou clichê. Talvez essa expressão tenha surgido pelo efeito extasiante que a modalidade provoca, pelo poder que possui de desviar a atenção de determinado assunto. E é bom experimentar essa sensação.

Estar no meio da torcida e se deixar levar é a melhor terapia. Tenho experimentado essa sensação nas últimas semanas nos jogos do Clube Atlético Deportivo.

Lá, de forma anônima – e também não estou nem aí, se for o contrário – grito, xingo o juiz, vibro a cada gol, fico indignada quando o Lorenzo chora levado pela intensidade da emoção e me realizo quando ele vibra com a bola entrando na rede adversária. Todos que estão no Joaquinzão entram na mesma sintonia e impulsionam os jogadores locais. Sem sombra de dúvida, a torcida é um atleta a mais dentro da quadra. É um elemento que faz bem a ambos: à ela própria e ao time. É uma forma de extravasar, de colocar os “bichos” pra fora, de mandar “pra aquele lugar” tudo o que incomoda, nem que seja somente naquele instante. É uma maneira de motivar os atletas em quadra a dar a resposta que o torcedor espera, marcando gols. É uma forma também de contribuir financeiramente para que a equipe se mantenha em campeonatos, possa contratar reforços, vencer. Afinal, é bom se sentir vitorioso, nem o que o protagonista da história não seja diretamente você.

E como disse um senhor sentado ao meu lado durante a partida do CAD contra o Sorocoba na sexta feira (26): "Eu grito, eu xingo, faço de conta que estou xingando o meu patrão ou esses candidatos que estão aí pra enganar a gente, vestindo a fantasia de cordeirinho em tempo de eleição. Prefiro mesmo é o meu futebol, porque se os jogadores não marcam gol, pelo menos saio com raiva porque são pagos só pra fazer isso, mas não enganam a gente, não pensam que somos bobos. Viu moça, pode escrever lá na RedeSul que em vez dessa palhaçada de campanha eleitoral, gosto mesmo é do meu futebol". 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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