22/08/2023
Blog da Cris Paraná

Enquanto se debate de um lado, Moro sobe de outro

O recado da pesquisa até agora é cristalino: Moro é o candidato-vácuo, e ele está preenchendo a inércia dos adversários

Estamos às voltas com mais uma consulta de intenções de voto para o Governo do Paraná. A pesquisa feita entre os dias 7 e 11 de novembro de 2025 ouviu 1.508 eleitores em 65 municípios do estado, conforme a Paraná Pesquisas. O grau de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O que os números nos trazem, mais uma vez, não é apenas um retrato eleitoral; é um alerta de crise para o establishment político do estado. Sergio Moro (União Brasil) não apenas lidera, mas domina a corrida, atingindo impressionantes 47,5% no cenário principal e vencendo todos os adversários com folga no segundo turno. O recado da pesquisa até agora é cristalino: Moro é o candidato-vácuo, e ele está preenchendo a inércia dos adversários.

O que chama a atenção é o paradoxo da sucessão de Ratinho Junior. O governador goza de uma aprovação faraônica (84,3% de ótimo/bom), mas esse capital político está evaporando antes de chegar aos aliados. Por quê? Com licença, mas vou ousar: há uma fragmentação amadora, uma espécie de gentileza que está sendo oferecida ao principal adversário de hoje. Isso porque o PSD mantém três nomes (Greca, Alexandre Curi e Guto Silva) na vitrine, diluindo o potencial de voto e transmitindo uma imagem de indecisão ou falta de força. A fragmentação só serve para Moro.

O TEMPO ESTÁ VOANDO

O eleitor, ao ser perguntado sobre quem deve herdar a gestão aprovada, aponta justamente Sergio Moro (com 41,7% de preferência para a continuidade). Ou seja, o eleitorado não enxerga a força em um aliado de Ratinho Junior, mas sim no nome mais midiático e polarizador. O voto de aprovação do governador está sendo transferido involuntariamente para o senador.

No campo da oposição, Requião Filho (PDT) consolida-se como o segundo colocado, com índices sólidos (entre 22,7% e 28,8%). Contudo, essa candidatura demonstra um teto eleitoral evidente. O nome não consegue ultrapassar a barreira de 30% e perde expressivamente para Moro no segundo turno (53,9% x 33,8%), limitando-se ao eleitorado de oposição já estabelecido.

Entendo que a  liderança de Sergio Moro hoje é, em grande parte, uma liderança por default. E nesse cenário, se Ratinho Junior não agir rápido para unificar o PSD em torno de um único nome e iniciar uma transferência de votos agressiva, a candidatura de Moro se tornará inatacável.

O tempo que o governador gasta adiando a decisão é o tempo que Moro usa para consolidar a imagem e transformar a nostalgia de ex-juiz em adesão eleitoral. O futuro da disputa no Paraná depende da velocidade com que o PSD encerrar essa crise internade indecisão. Se Ratinho Junior demorar, quem vai subir a escadaria do Palácio Iguaçu é Sergio Moro. Os números estão aí.

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Cristina Esteche

Jornalista

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