22/08/2023



Blog da Cris Guarapuava

Entre a fé e o dever!

Esperar que respostas venham apenas do divino soa confortante. Mas cabe à sociedade, cobrar para que as promessas não se percam na abstração

Prefeitura de Guarapuava (Foto: Arquivo/RSN)

Hoje, com fé, vou me dedicar, também, a escrever sobre as amenidades que tornam nossa cidade e Região únicas. Quero evidenciar as belezas naturais, o potencial econômico, tecnológico e agropecuário que, curiosamente, parece sempre estar à espera de um despertar definitivo. Afinal, nossa cidade nunca foi tão abençoada e consagrada a Deus como nos últimos dias. Amém! Como diz o ditado: “A fé move montanhas”. E eu acredito na força do Deus da minha fé!

Mas não podemos ignorar as mazelas sociais que, como em todo ciclo eleitoral, protagonizam discursos repletos de promessas. A saúde pública, por exemplo, sempre foi uma pauta central. Desta vez, destaca-se a proposta do prefeito Denílson Baitala de firmar convênios com clínicas particulares. Uma ideia que soa quase como a reinvenção da roda ou, quem sabe, a solução mágica para a saúde brasileira.

Ironias à parte, seria interessante observar como a gestão pretende transformar esse discurso em realidade, especialmente diante da pergunta que não cala: de onde virão os recursos? Afinal, a saúde ‘pública-privada’ é um terreno delicado, mas, como dizem por aí, promessas nunca faltaram — o que falta, sabemos bem, são resultados.

Uma ideia que, embora interessante, exige mais do que boas intenções e palavras colocadas num ímpeto aleatório. Afinal, a gestão pública requer planejamento, esforço coletivo e ações concretas. Não apenas confiança em soluções que dependam de forças superiores.

Esperar que respostas venham apenas do divino pode soar confortante. Mas, entretanto, cabe a nós, enquanto sociedade, cobrar e fiscalizar para que as promessas feitas não se percam na abstração. Resolver problemas terrenos exige, antes de tudo, responsabilidade humana e uma boa dose de pragmatismo. Ou vamos ter, apenas mais um exemplo de ‘grandes’ ideias que ficaram no papel.

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Cristina Esteche

Jornalista

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