A presença da presidente durante o segundo dia da Marca a Brasília, evento que reune cerca de cinco mil prefeitos, foi intercalada por aplausos e vaias. Aplaudida, Dilma prometeu nesta quarta-feira (10) transferir R$ 3 bilhões aos municípios brasileiros para o custeio de saúde e educação. De acordo com a presidente, o recurso será para
pagar médicos e professores e outras despesas de custeio. Os municípios receberão o dinheiro em duas parcelas:uma em agosto e outra em abril de 2014.
Além do R$ 3 bilhões, a presidente anunciou que aumentará o valor do Piso de Atenção Básica (PAB) por habitante, o que corresponderá a R$ 600 milhões por ano no repasse feito pelo governo para cada município.
A presidente disse ainda que vai repassar R$ 4 mil mensais a mais para custeio das equipes de saúde nos municípios ou na manutenção do posto de saúde. “Se a equipe também for composta por profissionais de saúde bucal, vamos acrescentar entre 2 a 3,9 mil reais”.
Dilma disse também que o governo investirá R$ 3,2 bilhões para a construção 2 mil creches. Ela lembrou que o programa “Mais Médicos”, lançado nesta segunda-feira (8), investirá R$ 5,5 bilhões no Sistema Único de Saúde no próximo ano.
O final do pronunciamento da presidente, porém, foi marcado por vaias. O estopim foi quando a presidente disse que na gestão pública, “não há milagre”. Os prefeitos fizeram coro repetindo "FPM" (Fundo de Participação dos Municípios).
Dilma voltou a repetir a frase: “vocês sabem que não tem milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é verdade. Precisamos fazer um esforço muito grande para atender aquilo que é emergencial e olhar como nós resolvemos a questão do financiamento da saúde e educação”, disse a presidente encerrando seu discurso.
Os prefeitos queriam uma posição sobre o reajuste de 2,5% do FPM, reivindicado pela Confederação Nacional dos Municípios, entidade que organiza a Marcha. Como a presidente s emanteve calada sobre o tema, foi vaiada.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, explicou aos prefeitos que o R$ 3 bilhões anunciados pela presidente representam 1,3% do reajuste do FPM. Ele pediu calma aos presentes e disse que o recurso é o que foi “possível”.
“Eu não saio daqui contente, nem vocês, mas a presidente veio aqui e anunciou. Pra que vaiar? Não é o que nós queremos, mas é o que foi possível. Se não fosse assim, não tinha nada”, disse Ziulkoski.
Com Globo.com