22/08/2023


Cotidiano Região

Entre igrejas, folclore e tradição, uma queda d’água pra lavar a alma

O Salto São João é um dos mais belos espetáculos naturais de Prudentópolis

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Salto São João (Foto: Thiago Aragão/RSN)

A beleza do interior de Prudentópolis conquista qualquer forasteiro que reserve umas horas para se permitir a ficar em plena comunhão com natureza.

Conhecido como a Terra das Cachoeiras Gigantes, a Ucrânia Brasileira ou a Capital Nacional do Feijão Preto, falar sobre as potencialidades do município, que fica a 70 quilômetros de Guarapuava, separado apenas pela Serra da Esperança, é dispensar qualquer outro adjetivo.

Igreja São Miguel (Foto: Thiago Aragão/RSN)

Terra cortada por igrejas que se espalham pelo interior numa demonstração da religiosidade do povo ucraniano, cujos descendentes compõem 70% da população local; com a preservação de usos e costumes da longínqua Ucrânia; as cachoeiras que se embrenham no meio da mata, são de “lavar a alma”. Cantos de pássaros, barulho da água caindo, um mar verde aos seus pés, o cheiro do mato, compõem a paisagem que inebria.

Salto São João (Foto: Thiago Aragão/RSN)

O Salto São João, uma queda d’água com 84 metros de altura, é um recorte na beleza que o município oferece.

Igreja de São Demétrio (Foto: Thiago Aragão/RSN)

Localizado a cerca de 22 quilômetros do Centro da cidade, que é administrada pelo prefeito Adelmo Klosouski, com estrada pavimentada e muito bem sinalizada é, também, caminho para outras cachoeiras. No percurso é possível dar uma parada na localidade rural de Nova Galícia e fazer uma oração na Igreja de São Miguel. Para quem preferir, na Comunidade de Barra Vermelha, a Igreja de São Demétrio, está com as portas abertas para receber os fiéis.

Estacionamento (Foto: Thiago Aragão/RSN)

Adiante, o parque de 15 alqueires, com área de estacionamento para 54 veículos e espaço reservado para ônibus, dá as boas vindas ao turista que deseja ir ao Salto São João.

A entrada do monumento (Foto: Thiago Aragão/RSN)

Na entrada, um anfiteatro para 414 pessoas, sedia palestras, projeções de vídeos, aulas de educação ambiental. Lanchonete e uma lojinha de artesanato também integram o ambiente. Entrou ali, já começa a aventura pelo parque.

Juca (Foto: Thiago Aragão/RSN)

Logo na chegada, está o Juca, com um sorriso aberto e uma cordialidade ímpar. Bem humorado, começa a contar tudo sobre o parque, a casa onde mora, o trabalho que executa. É ele o responsável pela trilha que leva ao mirante.

“A trilha é o meu bebê. Fiz essa trilha sozinho. Sei tudo o que existe aqui. Fiz a primeira picada junto com o IAP [Instituto Ambiental do Paraná]”.

Trilha (Foto: Cristina Esteche/RSN)

Conversar com o Juca é estar preparado para ouvir as suas histórias, como a de um tatu branco e outro marronzinho.

“Pra fazer sacanagens com eles, ponho um toco de vela no buraco. Como eles não gostam de claridade, saem da toca e vem assoprar”.

Mirante (Foto: Thiago Aragão/RSN)

A trilha é muito bem conservada, com acessibilidade, podendo o turista, ir de um mirante a outro, num percurso de cerca de 1,5 mil metros até chegar no salto.

O salto (Foto: Thiago Aragão/RSN)

A queda está localizada na fenda formada entre duas montanhas na escarpa da Esperança, na região entre os municípios de Guarapuava e Prudentópolis, dentro da Área de Preservação Ambiental da Serra da Esperança. Cercado por diversas árvores nativas da região e uma vista da formação da fenda entre as montanhas na escarpa, seguindo o curso do Rio São João, em direção à BR-277.

Entre fendas (Foto: Thiago Aragão/RSN)

De acordo com o gerente do Monumento e de Infraestrutura Turística, José Carlos Schirlo, a unidade de conservação é uma gestão compartilhada entre o IAP e a Prefeitura.

O acesso é pavimentado (Foto: Thiago Aragão/RSN)

O local, antigamente, pertencia ao Bamerindus que tinha a intenção de fazer uma usina em Arapoti, na década de 90. A empresa doou a área para o Estado e o ex-governador Beto Richa desapropriou mais dois alqueires, inaugurando o monumento em novembro de 2017.

Cristina Esteche

Jornalista

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