Manifesto assinado por Marcio de Sequeira Presidente da Associação de Moradores para o Desenvolvimento de Entre Rios ACENDER
O povo de Entre Rios está revoltado com a situação de descaso e abandono por parte da Prefeitura e da Sanepar.
A colônia, que fica no centro do distrito e é composta por cinco comunidades, tem na maioria de suas ruas e avenidas asfaltadas ou de terra, buracos que tornam as vias intransitáveis. Este é o resultado das falsas promessas de asfaltamento feitas ao longo de muitos anos.
A única providência tomada durante esse período de abandono sempre partiu da iniciativa de instituições locais e das comunidades, que é tapar os buracos para minimizar os prejuízos sobre o escoamento das safras agrícolas e da produção agroindustrial, a circulação dos veículos, sobre o turismo e enfim sobre a qualidade de vida da colônia.
Apenas a Vila Nova Esperança teve ruas asfaltadas pela atual prefeitura, porém não receberam sinalização e lombadas, o que já favoreceu a ocorrência de inúmeros acidentes.
A maioria dos moradores das cinco comunidades tem condições e quer pagar preço justo pelo asfalto, no entanto nem assim a prefeitura se dispõe a fazê-lo.
O povo está cansado do tapa-buracos e quer asfalto de boa qualidade!
Mesmo gerando muitas riquezas e arrecadação para o município e região, Entre Rios não recebe um retorno proporcional. Tanto esforço para promover o desenvolvimento econômico e gerar empregos, não merece a contínua negligência que recebe da prefeitura.
Os visitantes ficam indignados com o estado lamentável das ruas e avenidas por onde passam para apreciar a única colônia de suábios do mundo que ainda preserva fortemente suas características arquitetônicas e urbanísticas, além da cultura, tradições e costumes; tal como era na Europa. A colônia é um cartão postal de Guarapuava e tem potencial para ser a Treze Tílias ou a Gramado do Paraná, o que seria muito bom para toda a região. Mas parece que os governantes também não enxergam isso. O resultado é que as agências que trazem turistas para a colônia, já começaram a procurar outros destinos onde os ônibus possam transitar por ruas e avenidas sem buracos. As pesquisas mostram a insatisfação dos visitantes. A prefeitura está conseguindo prejudicar o turismo de Entre Rios.
Com um plano de desenvolvimento turístico já elaborado pelos empreendedores locais, a colônia nunca recebeu qualquer apoio da prefeitura para o turismo, pelo contrário, a colônia até apoiou eventos promovidos pela prefeitura, que foram verdadeiros fiascos…
Projetos como portal turístico, casa do pioneiro, programa de controle dos borrachudos e outros foram elaborados pelos empreendedores locais. A prefeitura nunca se interessou!
O crescimento da colônia provocou uma demanda maior na infra-estrutura e precisa urgentemente da implantação de rede e tratamento de esgoto. O número de fossas negras e sépticas aumenta a cada ano e os lençóis freáticos correm grande risco de contaminação. Entre Rios não foi incluído na lei municipal para receber rede e tratamento de esgoto, algo inaceitável!
Porém a população vive aguardando as soluções e a Sanepar cada vez adia mais as suas promessas, mesmo com contrato firmado em 1998. Existem recursos para atender as cinco comunidades, mas quando serão usados ninguém sabe, nem mesmo a Sanepar. Enquanto isso, os moradores continuam pagando o limpa-fossas ou fazendo novas fossas.
Já ocorreram diversos acidentes com pessoas que vão para o trabalho e voltam para casa de bicicleta, principalmente entre Jordãozinho, Vitória e Cachoeira, inclusive com mais uma morte no mês de julho deste ano. As ciclovias também ficaram só nas promessas…
A colônia ainda sofre com a falta de segurança, com falta de iluminação nos trevos, poluição do rio Cachoeira (por omissão da prefeitura), sinalização externa, enfim com inúmeros problemas, que já foram apresentados a secretários municipais e assessores da prefeitura.
É como se o distrito não fizesse mais parte de Guarapuava!
Por esses motivos a população de Entre Rios está se mobilizando para defender os seus direitos, porque paga IPTU, ISSQN e os demais impostos. O povo também elege e paga os salários dos governantes, por isso a prefeitura tem obrigação de manter os serviços básicos como escolas municipais, creche e posto de saúde. Apóia alguns projetos sociais e esportivos, mas isso é pouco comparado com a produção de riquezas no distrito.
A falta de visão dos últimos governantes de Guarapuava, seus interesses políticos e pessoais deixaram bairros e distritos em situação catastrófica. Se tivessem investido naquilo que realmente é importante para a população, não chegaríamos a esse estado. Guarapuava precisa urgentemente implantar o Orçamento Participativo, porque os cidadãos tem esse direito garantido pela constituição, de participar do planejamento, do orçamento municipal e também de fiscalizar todas as licitações, obras e serviços públicos. Basta a sociedade se organizar e não se deixar enganar pelos políticos. Cerca de 200 cidades no Brasil já têm Orçamento Participativo como Porto Alegre, Belo Horizonte, Maringá, Campo Mourão, União da Vitória, Francisco Beltrão, Vitória (ES), Joinville.
Enquanto soluções definitivas não forem tomadas, os moradores de Entre Rios farão sucessivos protestos. O povo quer ações concretas e não promessas ou medidas temporárias.
Foto: Diego Obal