Pinhão – A Escola Municipal Frei Francisco, localizada na Vila Caldas, obteve em 2008 um dos menores Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), com 3,9. A Escola possui 18 professores que atendem 316 alunos entre 6 e 11 anos.
Para compreender o que estava acontecendo na escola, a diretora Cirene Hoffmann, juntamente com a equipe pedagógica, resolveu investigar o motivo do baixo rendimento escolar dos alunos. Elaboramos um projeto, no qual desenvolvemos uma pesquisa junto aos pais e a comunidade para saber o que eles pensavam da escola, para daí buscarmos uma solução, explicou Cirene.
A escola então convidou para auxiliar no projeto a pedagoga Nara Coelho e também buscou apoio da Secretaria Municipal de Educação. A Nara foi de extrema importância porque ela trouxe um olhar de fora, quando você está no problema, muitas vezes não consegue enxergar os defeitos, e a secretária Adriana nos deu pleno apoio para que desenvolvessemos esse projeto, disse a diretora.
A escola foi autorizada a dispensar as aulas, saíram as crianças e quem ocupou as carteiras foram os professores. Já tivemos quatro encontros, em cada um deles abordamos um assunto diferente, trocamos experiências, discutimos o cotidiano, é uma maneira de os professores se conhecerem e de conhecer a escola como um todo, disse ela.
Todo o projeto é custeado com recursos próprios da escola. É claro que tudo o que pensarmos tem custo, mas a escola tem conseguido manter o projeto sem afetar os trabalhos prioritários, inclusive temos o aval da APMF, tudo isso porque entendemos que investir no professor não é um gasto extra, mas sim, necessário, afirmou a diretora.
Cirene disse ainda que se trata de um estudo continuado. É um trabalho que não vai parar, e temos consciência de que a melhora não será repentina mas sim continuada, o retorno virá conforme os alunos forem avançando de série, explicou.
No último dia 12, os professores participaram de um encontro com a pedagoga mestra em lingüística, Ângela Helena Bona Josefi (foto). O tema abordado foi o Construtivismo, uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. Fiquei encantada com o empenho dos professores em aprender. Quando se fala em cursos de formação, sempre encontram desculpas, não tem dinheiro, não tem tempo, a Escola Frei Francisco está mostrando que é possível, disse Ângela.
Defensora do Construtivismo, Ângela afirmou que não bastar corrigir o erro do aluno. É preciso ir além, e identificar o processo de entendimento de cada aluno, observou.
Para a professora Roseli de Fátima Santos de Ramos, já é possível perceber as mudanças. O projeto veio ao encontro do que estávamos precisando em sala de aula. O aprendizado em cada um, em cada idade é diferente. Com esses encontros tenho adquirido mais conhecimento, alguns resultados são imediatos, outros virão com o tempo, disse ela. (Fatos do Iguaçu)