22/08/2023
Política

Escritor com paralisia cerebral recebe títudo de Cidadania Benemérita

Da redação – O vereador Nélio Gomes da Costa (PSDB) é autor de uma homenagem inédita concedida pela Câmara de Vereadores de Guarapuava.

Nélio foi autor do projeto de lei que concede o título de Cidadania Benemérita ao jovem Alexandro de Andrade (foto). A entrega acontecerá na noite desta quinta-feira, às 20 horas, na Câmara.

Alexandre é portador de paralisia cerebral e dá uma demonstração de que não existe limite quando se tem força de vontade. Ele escreveu um livro já lançado em Noite de Autógrafos e está trabalhando para lançar o segundo.

“Só o amor vale a pena”, foi lançado dia 2 de setembro de 2008 , no Grande Hotel. As limitações do corpo e da fala – provenientes da paralisia cerebral – nunca foram obstáculos para o Alexandro. Sua história de vida, marcada pela força de vontade e superação é a base do trabalho lançado. Na ocasião, os amigos também ressaltaram a importância de contribuir para que Alexandro continue seus trabalhos. Para isso, esperam a colaboração para que o autor possa receber uma cadeira de rodas elétrica e um computador novo.
Alexandro vende os livros (que também estão disponíveis na Livraria Regina e na Paço da Luz) para conseguir fundos para comprar um carro e poder cursar a faculdade.

História
Em 2007, o jornal da Tribuna e a Rede Sul de Notícias contaramu a trajetória de Alexandro, que teve que vencer muitos preconceitos para conseguir estudar. Em 1993 iniciou na Apae e acabou no ensino convencional. Da primeira à quarta série ele teve o acompanhamento de uma professora na sua própria casa e agora está quase finalizando o ensino médio no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBEJA). Durante esse processo, ganhou um computador e, com ele, a vontade de aprender. “A minha vontade não era ser escritor, mas fazer um curso para trabalhar com o computador. Mas acabei tendo uma inspiração e decidi escrever esse livro”, conta.
"Só o amor vale a pena" é uma obra com 160 páginas. O autor dedica à reflexão sobre os limites que a vida impõe através de quatro personagens que buscam a realização profissional e pessoal. Um deles também possui paralisia cerebral e, como destaca o autor, só quer amar e ser amado como os outros (e como ele). “Eu queria passar que apesar da deficiência, todo mundo se apaixona e as pessoas precisam ver a gente sem preconceitos”, aponta o autor.
O livro foi digitado letra por letra com um instrumento nada convencional a que Alexandro conseguiu se adaptar: uma bomba de chimarrão – ele já havia tentado digitar com a cabeça e com os pés. “No começo não acreditava que conseguiria, mas agora meu sonho está realizado”, diz Alexandro, que dedica o livro a todas as pessoas capazes de perceber além das aparências.
Alexandro e sua família agradecem a todos que acreditaram nesse projeto e de alguma forma contribuíram para que se tornasse realidade.

Cristina Esteche

Jornalista

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