O escritor, jornalista e dramaturgo Artur Xexéo morreu na noite desse domingo (27) aos 69 anos. Ele estava internado na Clínica São Vicente, no Eio de Janeiro. Xexéo teve diagnótico havia apenas duas semanas de um linfoma não Hodgkin de células T.
Conforme o G1, ele fez a primeira sessão de quimioterapia na quinta e passou mal à noite. Na sexta, teve uma parada cardiorrespiratória, que foi revertida. Mas, em função dela, não resistiu e morreu na noite desse domingo. Artur Xexéo deixa o companheiro, Paulo Severo, com quem foi casado por 30 anos.
Entre os seus livros estão “Janete Clair: a usineira de sonhos”, “O torcedor acidental (crônicas)” e “Hebe, a biografia”. Escreveu ainda, junto com Carlos Heitor Cony e Heródoto Barbeiro, “Liberdade de Expressão”.
Colunista do jornal “O Globo” e comentarista da Globonews, ele também teve passagens por “Veja” e “Jornal do Brasil”. Desde 2015, participava da transmissão do Oscar na Globo. Também ficou conhecido no rádio. Na CBN, estreou ao lado de Carlos Heitor Cony como comentarista.
Xexéo também foi dramaturgo. Escreveu o musical “A Garota do Biquíni Vermelho” e a peça “Nós sempre teremos Paris”. Traduziu o espetáculo musical “Xanadu”, dirigido por Miguel Falabella, e “Love Story, o musical”, dirigido por Tadeu Aguiar. Além disso, foi responsável também pelos musicais “Cartola – o mundo é um moinho” e “Minha Vida Daria Um Bolero”. Em 2019, fez a adaptação do musical “A cor púrpura”.
Um de seus últimos espetáculos escritos foi “Bibi, uma vida em musical”, em homenagem à diva do teatro Bibi Ferreira.
JORNALISMO
O jornalismo não foi a primeira opção ao escolher uma faculdade. Mas logo percebeu o caminho que iria trilhar. “Quando eu cheguei na engenharia, eu levei um susto porque não gostava de nada. Mas, quando eu larguei a engenharia, eu querendo em casa prestar uma satisfação, ter um curso superior, eu fui fazer comunicação, que era um curso fácil de entrar, rápido, só por isso. E, no meio da faculdade, eu me interessei por jornalismo, já no terceiro ano de faculdade. Aí eu gostei, comecei a achar aquele mundo interessante, aquele mundo fascinante.”
Assim, Xexéo começou no “Jornal do Brasil” em 1978 como repórter na sucursal do Rio de Janeiro. Conheceu o jornalista Zuenir Ventura e, em 1982, recebei convite para trabalhar na revista “IstoÉ”. Em 1985, virou subeditor da Revista de Domingo, suplemento cultural do Jornal do Brasil.
Ao se aproximar da cobertura cultural, desenvolveu um estilo de texto leve, que veio a se tornar a marca do jornalista. Também foi editor do Caderno B, do caderno de Cidade e subsecretário de redação. Em 1992, recebeu convite para ser um dos colunistas do jornal. Em 2000, mudou de casa. Virou colunista do jornal “O Globo”. Também editou o suplemento Rio Show e o Segundo Caderno.
COLUNAS
Uma das maiores inspirações do jornalista foi o cronista Sérgio Porto, conhecido pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta. Embora o autor tivesse se notabilizado por livros, Xexéo disse que a obra de Porto o inspirou até para falar sobre televisão.
Conforme as informações, inspirações como essa alimentaram o trabalho de Xexéo naquilo que ele mais se notabilizou: as colunas. Era nesse espaço que o jornalista buscava ir muito além de escrever agendas ou a programação cultural da cidade.
As surpreendentes colunas atraíam os leitores, que enviavam cartas ou e-mails para Xexéo. Fossem críticas ou elogiosas, o colunista era grato por essas mensagens. Assim, na opinião dele, elas mostravam o tamanho da responsabilidade do trabalho do jornalista.
(*Com informações do G1)
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