22/08/2023


Política em rede

Esquerda disputa a maior capital da América Latina

PSOL deixa a marca nas eleições deste ano pelo país, elegendo vereadores negros e negras, trans e mandatos coletivos

BOULOS

Esquerda disputa a maior capital da América Latina (Foto: Divulgação)

Se grande parte dos brasileiros de direita pensaram que a esquerda estava ‘ encolhida’ as urnas mostraram o contrário. Considerado um partido de esquerda ampla, o PSOL, pode ‘abocanhar’ a Prefeitura da maior cidade da América Latina, São Paulo, a capital. Liderando esse fenômeno, o candidato Guilherme Boulos, de 38 anos, alcançou 20% dos votos e vai disputar o segundo turno com o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), que somou 32%.

Entretanto, o Partido que nasceu de dissidências dentro do PT, também  elegeu 88 mandatos de vereador espalhados pelas cinco regiões do Brasil. Desse total, quase 40% são mulheres, quase a metade, de negros e negras. Além de quatro mandatos encabeçados por mulheres trans e outros nove mandatos coletivos. No Paraná, o partido ganhou dois mandatos de vereadores. Um deles com a Josi Mais Coletivo  em Ponta Grossa e em Quedas do Iguaçu com ‘Claudinei do Ana Lanches’.

Além disso, 23 vereadores e vereadoras do PSOL foram reeleitos para mais quatro anos de mandato. A grande maioria em capitais importantes, como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis Porto Alegre. E ainda em Recife, São Paulo e Belém. Outra candidatura jovem da esquerda e a de Manuela D’Ávila (PCdoB), que na disputa em Porto Alegre levou 29% votos. Com esse percentual ela está disputando o segundo turno com Sebastião Melo (MDB), que teve 31%.

ENTRE PRIMOS

Entretanto no Recife, o segundo turno traz a disputa entre o PT, com Marília Arraes, e o primo João Campos (PSB).  De tradicionais famílias de políticos, Marília  é neta de ex-governador Miguel Arraes, já falecido. João é filho do também ex-governador Eduardo Campos, que morreu em acidente de avião durante campanha quando era candidato a presidente em 2014.

Já o PT, acabou diluindo o patrimônio eleitoral. Se em 2016 elegeu 254 prefeitos, neste ano, conta com 174. Ou seja, uma perda de  31,50%. Neste ano o Partido  ‘lulista’  teve 2.584 vereadores eleitos, contra 2.815 em 2016, caindo 8,21%. Enquanto isso, o PCdoB fez 678 vereadores em 2020 contra 1.010 em 2016. Ou seja, uma ‘desidratação’ de cerca de 32,87%. Entretanto, o PSOL elegeu 75, contra 56 vereadores em 2016, subindo 33,93%.

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Cristina Esteche

Jornalista

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