* Da Redação
Representantes dos grevistas e do Governo do Paraná retomara o diálogo para o fim das paralisações e o retorno às aulas.
Uma reunião, nessa quinta feira (21), entre dirigentes sindicais do Fórum Estadual de Servidores (FES) e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Luis Cláudio Romanelli (PMDB), deu um novo fôlego para a negociação entre os funcionários públicos do Paraná em greve. Com as conversas entre grevistas e o executivo interrompidas, o diálogo com parlamentares passa a ser a última cartada dos servidores para tentar evitar que o governo aprove a proposta de 5% de reajuste. O valor é inferior ao acumulado da inflação nos últimos 12 meses, que é de 8,17% , e é contestado pelos sindicatos.
A avaliação final do FES sobre a conversa, no entanto, não foi otimista.
O projeto de lei do executivo com o reajuste de 5% deve chegar à Alep a qualquer momento. A previsão é de que comece a tramitar nas comissões já na próxima semana e há chance de ser votado rapidamente. No entanto, parlamentares da própria base do governo dizem que podem ser propostas alterações ao projeto, pois eles consideram que o reajuste precisa cobrir a inflação. Durante a reunião, Romanelli manifestou a possibilidade de se conceder um reajuste de 3,24% (referente ao acumulado da inflação entre maio de 2014 até dezembro de 2014). Os outros 4,93% seriam concedidos em janeiro de 2016, como uma antecipação da data-base da categoria de maio para janeiro.
Marlei Fernandes, diretora do FES e da APP Sindicato, disse que a convocação da reunião foi importante, mas considera que não houve proposta. “Ele [Romanelli] disse que há um esforço da bancada na Alep em querer resolver o problema, mas coloca a dificuldade no caixa do estado. A bancada pensa em uma possibilidade de parcelamento. Nós dissemos que isso é inviável e que qualquer proposta tem que vir por escrito”.
O procurador do Ministério Público do Paraná Olympio de Sá Sotto Maior Neto vê como um avanço a convocação da reunião entre o FES e o líder do governo. “Foi uma oportunidade de ouvir dos líderes sindicais qual a proposta da recomposição. Não houve proposta. O deputado Romanelli chegou a se referir a um parcelamento, uma eventual antecipação da data-base para janeiro do ano que vem. Mas as propostas não foram acolhidas”. De acordo com o procurador, o deputado se comprometeu a tentar encontrar outra alternativa que possa atender aos objetivos dos grevistas. “Como a matéria terá que passar pelo legislativo, é importante a intervenção do líder do governo de poder levar ao governador a situação real”, declarou.