Quem passar pelo Calçadão da Rua XV de Novembro, das 9h às 11h, em frente a Praça 9 de Dezembro, neste sábado (18) em Guarapuava, vai poder participar da campanha “Acorda amor! O manicômio quer voltar! Fortaleça a luta antimanicomial”.
A frase chama atenção para o cenário de retrocessos nas políticas de saúde mental e de drogas e enfatiza a defesa dos direitos à dignidade e ao respeito das pessoas com sofrimento mental.
Um estande montado pela Faculdade Guairacá em parceria com o Conselho Regional de Psicologia do Paraná estará conscientizando a sociedade no Dia Nacional da Luta Antimonicomial.
Haverá performances artísticas e diálogos individuais e em grupo. Segundo o Conselho, as atividades relembram o início do movimento social que transformou o paradigma do atendimento em saúde mental no Brasil, construído por profissionais, usuários e instituições comprometidos com o fim das violações de direitos humanos em manicômios e instituições de saúde.
“Mais de 30 anos se passaram desde o II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde (Bauru, 1987) e diversas legislações foram criadas para garantir programas de saúde que rompessem com a lógica centrada no hospital psiquiátrico. Tanto a Lei nº 10.216/2001, da Reforma Psiquiátrica, quanto a Portaria nº 3.088/2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), além da política de Redução de Danos, são avanços incontestáveis do movimento antimanicomial”.
No entanto, diante das alterações, por parte do Governo Federal, da Política Nacional de Saúde Mental e da Política Nacional sobre Drogas, o Conselho convida a categoria a se posicionar de forma crítica e reflexiva. A lógica de ampliação do financiamento de instituições psiquiátricas em detrimento do investimento na Rede, presente nas recentes alterações das políticas de saúde, exige a ampliação da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e das tecnologias críticas de cuidado que foram desenvolvidas nos últimos 32 anos.
De acordo com o Conselho, a Luta Antimanicomial reforça a necessidade de formas de atenção dignas e diversificadas para a pessoa com sofrimento psíquico, de maneira a garantir o direito à liberdade e o direito a viver em sociedade, lutando contra o estigma da loucura. “A Reforma Psiquiátrica não foi suficiente para superar totalmente o manicômio: ele quer voltar e é preciso fortalecer a Luta Antimanicomial”, defende a entidade.