22/08/2023
Agronegócio

Estiagem já compromete as culturas de inverno e de verão

A estiagem que já chega a 37 dias na região de Guarapuava já compromete as culturas de inverno e de verão. A fase das principais safras de inverno que é do trigo e da cevada é de floração, etapa que determina a qualidade e a quantidade de grãos. Para a cultura de verão, em especial o milho e o feijão, o tempo é de plantio que já está atrasado pela falta de chuva.
“Ainda não podemos precisar números, mas a seca já começou a comprometer essas culturas e cada dia sem chuva piora a situação”, disse o técnico Dirlei Manfio, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura em Guarapuava.

De acordo com o técnico, a estiagem que ora se apresenta é a maior dos últimos 15 anos em agosto. “Durante o mês de agosto e que já entra em setembro choveu apenas 2 milímetros. A última estiagem tinha sido em 2007 quando choveu 10 milímetros”, comparou. A média tradicional de agosto é de 70 milímetros a 80 milímetros.

Segundo o técnico, a estiagem está provocando a baixa umidade relativa do ar que durante o pico da tarde chega a 30%, bem abaixo do ideal recomendado.
“O pior é que não há uma previsão de chuva”, afirma. Os vários sites de meteorologia prevêm que choverá apenas entre 2 milímetros e 3 milímetros até 15 de setembro. “É melhor que continue sem chuva porque essa quantidade pode provocar a proliferação de doenças piorando ainda mais a situação das culturas em floração”, observa Manfio.

Além do comprometimento da qualidade e da produtividade das safras de milho e feijão, principalmente na região de Prudentópolis que é grande produtor do “pretinho”, os produtores deverão enfrentar problemas econômicos como o alto preço do frete, dificuldades de maquinário e equipamentos e de demanda de mercado. “Com o atraso do plantio as etapas vão sendo acumuladas e com a colheita fazendo que tudo aconteça de uma só vez. Aí falta equipamento, maquinário, transporte e, consequentemente, todos os preços serão valorizados pelo excesso de demanda”, explicou.

Cristina Esteche

Jornalista

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