Está na bíblia: na Noite de Natal, uma estrela apareceu no céu para anunciar o nascimento do menino Jesus. Além disso, a estrela teria guiado os reis magos até Belém, onde Maria e José estavam com o bebê. A ‘Estrela de Natal’ ou ‘Estrela de Belém’ ficou famosa. E em dezembro, ela sempre aparece no topo das árvores enfeitadas. Entretanto, neste 2020 tão diferente, a estrela aparecerá mesmo e poderá ser vista no mundo inteiro.
Isso porque nesta segunda (21) à noite, ocorrerá um fenômeno raro no céu: a conjunção entre Júpiter e Saturno. Os dois maiores planetas do sistema solar ficarão alinhados. Desse modo será possível observar – a olho nu – a chamada ‘Estrela de Natal’ ou a “grande conjunção”. Essa é a maior aproximação visível entre eles desde a Idade Média.
JÚPITER E SATURNO
De acordo com astrônomos, Júpiter e Saturno estiveram tão próximos pela última vez em 1623. O fenômeno mais similar, porém, ocorreu no século 13, há quase 800 anos. A conjunção será visível de quase todos os lugares da Terra, após o pôr do sol. Entretanto, como todo evento astronômico, a visibilidade dependerá das condições climáticas. Devido à luminosidade, pode ser visto sem binóculo ou telescópio.
Conforme Felipe Navarete, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP , devemos olhar na direção do pôr do sol. “Logo depois do pôr do sol, a gente vê um pouco mais acima do horizonte. Fica mais visível num horizonte mais limpo”.
Quem observar o céu conseguirá ver um “disco duplo”, como descrevem os astrônomos. Quem tiver um telescópio, conseguirá ver até mesmo os anéis de Saturno e os cinturões de Júpiter, uma vez que ambos os astros estarão mais próximos da Terra também.
800 ANOS DEPOIS
Uma conjunção tão próxima entre os astros teria ocorrido em 16 de julho de 1623. De acordo com o astrônomo Patrick Hartigan, da Universidade de Rice (EUA), o ocorrido pode ser mais antigo ainda. Em entrevista à BBC em novembro, ele afirmou que um alinhamento tão próximo pode ter acontecido em 4 de março de 1226.
Conforme o G1, Hartigan explicou à agência britânica que quem perder a “grande junção” entre Júpiter e Saturno terá uma nova oportunidade de assistir a olho nu o balé dos dois astros somente daqui a 60 anos.
Aqueles que preferirem esperar e ver Júpiter e Saturno tão perto e mais acima no céu noturno terão que aguardar até 15 de março de 2080. Depois disso, a dupla não fará aparição semelhante até depois de 2400.
A raridade do fenômeno, segundo os astrônomos, é explicado pelo próprio movimento dos dois planetas, além do da Terra: enquanto o nosso planeta leva um ano para dar uma volta no Sol, Júpiter leva 12 anos e, Saturno, 30 anos.
Assim, após 21 de dezembro, Júpiter e Saturno voltarão a se distanciar e já não será mais possível ver o movimento da Terra.
(*Com informações do G1)
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