Da Redação, com Hypeness
Para facilitar as tarefas do dia a dia e identificar os obstáculos encontrados pelo caminho, os deficientes visuais costumam utilizar a bengala. No entanto, isso não impede que eles se acidentem. Orelhões, por exemplo, dificilmente são identificados pelo toque da bengala e costumam pegar essas pessoas de surpresa.
Pensando em uma forma de tornar o percurso mais seguro, um grupo de estudantes pernambucanos liderado por Marcos Antônio da Penha, 27, criou o Project Annuit Walk (PAW), um óculos que auxilia os deficientes visuais a localizarem possíveis obstáculos por meio de raios ultrassônicos em um ângulo de 120°.
O protótipo foi desenvolvido em 2013 e, em um primeiro momento, tinha a intenção de substituir a bengala. Contudo, assim que entraram em contato com um maior número de deficientes visuais, entenderam que isso não poderia ser possível. “Inicialmente, queríamos desenvolver um óculos que substituísse a bengala-guia. Quando fomos a campo, mudamos o projeto. Os cegos não queriam deixar a bengala. É o senso tátil deles. Por isso, tem um peso psicológico muito grande“, afirmou Emily Shuler, uma das participantes da equipe.
Dessa forma, os óculos funcionam como um complemento à bengala, analisando os objetos que estão pelo caminho e não só emitindo um alerta de perigo como também indicando o melhor caminho. O PAW tem um custo estimado de R$ 45, um preço bastante acessível se comparado às outras tecnologias que são desenvolvidas para atender deficientes. O projeto venceu o World Summit Youth Awards na edição de 2014, uma competição mundial promovida pela ONU.