Estudantes relatam preocupação com o novo calendário escolar

Da Redação, com assessoria da Alep

As preocupações dos estudantes em consequência do novo calendário escolar foram relatadas por um grupo de alunos que participou da audiência pública promovida nesta segunda-feira (29) pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (leia matéria sobre o evento neste site). Eles assinalaram que precisam encerrar as atividades até o dia 23 de dezembro para fazer os concursos vestibulares ofertados, principalmente por instituições públicas, e também para poderem ingressar no mercado de trabalho,

“Não podemos ter prejuízos”, afirmou a jovem Michele Straubel Loureiro, 18 anos, que frequenta o quarto ano do ensino técnico do Colégio Estadual Deputado Arnaldo Busato, localizado no município de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A estudante, que participou da reunião com outros representantes da escola, explicou que seus colegas são favoráveis à sexta aula e apoiam um calendário que permita o encerramento das atividades de ensino, no máximo, até 23 de dezembro.

“Nenhuma universidade vai ficar aguardando que as minhas aulas sejam encerradas e eu esteja com a documentação em dia. As instituições vão exigir o diploma para aceitar a matrícula ou até conceder uma bolsa de estudos”, comentou. De acordo com Michele, em seu colégio são cerca de 130 estudantes que vivem esse sentimento de angústia diante das indefinições que ainda envolvem o novo calendário, especialmente em relação à reposição das aulas dos cursos profissionalizantes. “Muitos colegas também estão concluindo o curso para ingressar no mercado de trabalho e precisam com urgência desse diploma. Tem prazo para apresentá-lo”, acrescentou.

Diálogo

O professor Padre Domênico Costella, presidente da Câmara da Educação Superior do Conselho Estadual de Educação (CEE-PR), destacou que neste momento o entendimento das escolas com os pais e estudantes é fundamental. “A comunidade deve decidir qual é a melhor alternativa. O melhor caminho é o diálogo”, frisou. Essa é também a opinião do professor Cleto de Assis, secretário geral do CEE-PR: “não há outra solução. Precisamos consultar a comunidade escolar e respeitar o direito do aluno. Esse entendimento está bem claro na resolução divulgada pelo Conselho”, declarou.

A mesma opinião foi expressa pela superintendente geral da Secretaria de Estado da Educação (SEED-PR), Fabiana Cristina Campos. Ela contou que nesta manhã, inclusive, havia participado de uma reunião num colégio estadual justamente para debater detalhamentos do calendário que está sendo construído com a comunidade. “Foram consultados pais e alunos que aceitaram a reposição aos sábados.” Na avaliação dela, cada escola deve buscar uma solução que atenda as necessidades dos alunos e dos professores. “Esse é o melhor caminho”, acrescentou.  Os estudantes do Colégio Estadual Deputado Arnaldo Busato, que participaram da audiência, contaram que hoje os alunos do turno da manhã dos cursos técnicos estão ingressando às 7h25 e saindo às 12h05, com um intervalo de 10 minutos entre as seis aulas. Antes eles entravam às 7h35 e terminavam as aulas às 11h55, com um recreio de 15 minutos, entre as cinco aulas.