22/08/2023
Região Segurança

Ex-prefeito de Chopinzinho, Leomar Bolzani, vai a julgamento amanhã (26)

O julgamento de Bolzani ocorre em Guarapuava. Ele é acusado de ser o mandante do homicídio de Algacir Teixeira de Lima, procurador municipal

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Leomar Bolzani (Foto: Reprodução/Diário do Sudoeste)

O júri do ex-prefeito de Chopinzinho, Leomar Bolzani, ocorre nesta terça (26) em Guarapuava. Ele é acusado de ser o mandante do homicídio de Algacir Teixeira de Lima de 51 anos, ocorrido no dia 16 de março de 2015. Algair atuava como procurador no município. Os outros seis envolvidos no caso já receberam julgamento e condenação.

Conforme o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Bolzani teria pago R$ 6.500 pela morte do procurador. De acordo com o Diário do Sudoeste, ele renunciou ao cargo e cumpre prisão domiciliar desde novembro de 2015. A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) afirma que o ex-prefeito “recebeu acusação por homicídio qualificado por motivo torpe, com promessa de recompensa e pela utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima”.

Algacir Teixeira de Lima (Foto: Reprodução/G1)

Em documentário feito pela associação, em 2018, houve a informação de que na quinta, 12 de março de 2015, o então prefeito havia recebido a notificação de bloqueio dos bens. Assim, decretada pela Justiça, a pedido do MPPR, em decorrência das denúncias feitas por Lima, referentes a irregularidades na Administração Municipal.

ENTENDA O CASO

O procurador foi alvejado por seis tiros, na garagem do prédio onde morava, no Centro de Chopinzinho, quando chegava da escola com as filhas [na época com dois e sete anos de idade]. Ele chegou a receber socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu ao dar entrada no hospital.

Tudo começou em 12 de março de 2015, quando Leomar Bolzani, então prefeito de Chopinzinho, teve os bens bloqueados pelo MPPR. Assim, no dia 16 de março, por volta das 11h40, assassinaram Algacir Teixeira de Lima. Em 18 de março daquele ano, policiais civis e militares de Pato Branco e de Chopinzinho elucidaram o homicídio.

A princípio, a motivação seria desavenças pessoais entre a mandante [colega de trabalho] e a vítima. Desconfiados, informaram que ela teria contratado três homens para cometer o crime. Contudo, dias depois, ao aprofundar as investigações, a Polícia Civil descobriu que ela não tinha envolvimento com o homicídio.

DESCOBRINDO OS FATOS

Sendo assim, em 22 de março, a Polícia Civil do Paraná cumpriu seis mandados de prisão de pessoas suspeitas do envolvimento com a morte. Entre eles, o então prefeito de Chopinzinho, Leomar Bolzani, encaminhado à sede da 5ª Subdivisão Policial (5ª SDP) de Pato Branco.

No dia 23 do mesmo mês, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) revelou possível motivação do assassinato do procurador, o qual teria denunciado ao MPPR supostos crimes contra a administração pública, incluindo desvio de dinheiro. O então secretário do Sesp também informou que, desde dezembro de 2014, uma mulher teria intermediado a contratação de um pistoleiro para matar o procurador, que conseguiu escapar de uma emboscada feita por homens que estavam com uma moto.

Então, em 26 de março, vereadores de Chopinzinho aprovaram Projeto Legislativo que suspendia, por tempo indeterminado, o mandato de Leomar Bolzani. Na mesma data, emitiram um decreto de posse do então vice, Rogério Masetto.

No entanto, apenas de 4 de novembro, Bolzani passou a cumprir prisão domiciliar, concedida pela Justiça, com monitoramento por  tornozeleira eletrônica. Por fim, em 2017 ele recebeu a condenação por improbidade administrativa. A Justiça reconheceu que o ex-prefeito praticou atos que lesaram os cofres públicos, determinando a devolução dos valores e suspendendo os direitos políticos por cinco anos.

(*Com informações Diário do Sudoeste)

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Cristina Esteche

Jornalista

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