22/08/2023
Agronegócio

Excesso de chuva já provoca prejuízos

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Guarapuava – A incidência de chuvas que assola a região já provoca prejuízos na região de Guarapuava.
Nos últimos três meses a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) registrou 103,8 milímetros de chuvas, aumentando para 320,8 milímetros em setembro e mais 116,8 milímetros até a quarta-feira (14) de outubro, totalizando 541.4 milímetros nestes três últimos meses.
O primeiro setor prejudicado é o viário. As estradas de leito natural utilizadas para o escoamento da produção agrícola, para a linha de leite e também para o transporte escolar estão danificadas.
Em Guarapuava a malha viária necessita de manutenção há muito tempo e a situação se agrava com a ocorrência dos últimos dias.
De acordo com o chefe do Departamento de Economia Rural em Guarapuava, Arthur Bittencourt Filho, as culturas de inverno como o trigo, a cevada, a aveia branca e o triticale que encontram-se em fase de floração e de frutificação também estão sendo atingidas. Pelo levantamento do Deral, o clima excessivamente úmido pode provocar perdas nas áreas plantadas na região – aveia branca (27,8 mil hectares), trigo (58,5 mil ha), triticale (6,8 mil ha), cevada (27,8 mil ha). “Ainda não temos uma estimativa dessas perdas”, diz o agrônomo.
As condições climáticas também estão sendo desfavoráveis ao desenvolvimento das lavouras provocando o surgimento de doenças que podem resultar na redução da produtividade e da qualidade da safra. “A maior parte das plantas encontra-se suscetível à pragas e a preocupação dos produtores aumenta ainda mais porque a previsão é de que as precipitações continuem até a segunda-feira (19)”, observa o agrônomo.
De acordo com Arthur Bittencourt Filho, as chuvas atípicas também afetam as culturas de verão ao prejudicarem o desenvolvimento normal do preparo do solo, consequentemente, atrasando o plantio.
“Até o momento a cultura do feijão é amais prejudicada porque o produto foi plantado mais cedo e já estão aparecendo doenças na área plantada na região que é de 35,5 mil hectares”. Segundo o agrônomo, muitas áreas terão quer replantadas.
Nesse cenário a questão social também não fica imune às intempéries. “A contratação de trabalhadores temporários por empreitada ou como diaristas está sendo prejudicada, reduzindo a renda familiar desse contingente de mão-de-obra”, observa Arthur Bittencourt Filho.

Cristina Esteche

Jornalista

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