Resgatar a cultura, a história e o simbolismo da Páscoa é um dos objetivos da exposição de esculturas gigantes de Pêssankas em União da Vitória.
Os moradores podem conhecer um pouco mais sobre a cultura na exposição que é uma das atrações da “Páscoa da União” na Praça Coronel Amazonas. Desse modo, no total 10 Pêssankas de 1,90 metro de altura fazem parte da exposição permanente. Ela deverá ser mais um dos atrativos turísticos da Praça no centro de União da Vitória.
Para definir como seria a exposição, a equipe organizadora da Secretaria da Cultura fez uma reunião com o Núcleo de Pêssankas do Vale do Iguaçu. Em seguida, os artistas apresentaram as peças que eles mais gostavam e uma comissão escolheu as 10 pêssankas feitas em tamanho maior por uma empresa especializada nesse tipo de trabalho.
PÊSSANKA
A arte da pêssanka é cheia de elementos simbólicos, com profunda relação com a cultura eslava. Isso porque, a palavra pêssanka, vem do verbo ucraniano pyssaty (писати), que significa escrever.
Trata-se, assim, de ovos escritos, desenhados, com traços que contam história. A origem remonta às antigas celebrações do início da primavera, após o rigoroso inverno. Para as antigas tradições ucranianas, a pêssanka é um amuleto de proteção e, por isso, um presente especial.
Dessa forma, o artigo estava entre os artesanatos trazidos pelos imigrantes ucranianos em meados do século XIX. A pêssanka escrita no Brasil se diferencia das encontradas em outros Países da diáspora ucraniana e até mesmo das encontradas no próprio país de origem. Isso porque, na pêssanka brasileira insere-se elementos locais. Tais como, o pinheiro araucária, gralha azul e Nossa Senhora Aparecida.
PRODUÇÃO ARTESANAL
A base para as escritas são cascas de ovos de diferentes aves: codorna, galinha, pata, gansa, ema e avestruz. Os ovos são esvaziados por um pequeno furo feito com agulha e higienizados antes da pintura. Desse modo, a pintura é feita com uma técnica de reserva, ou seja, com cera de abelha isola-se parte por parte do desenho a cada banho de cor.
Para isso, a escrita é feita com um bico de pena ou kistka, uma ferramenta especial composta de uma espécie de funil metálico fixado em um cabo de madeira, que é aquecido na chama de uma vela, para manter a cera de abelha derretida e assim fazer os traços das pêssankas.
Por fim, o ovo é aquecido na chama da vela e as camadas de cera derretem, revelando as cores e formas dos símbolos inscritos.
Leia outras notícias no Portal RSN.