Da Redação, com Desirée Melo
O Departamento de Arte da Universidade Estadual de Guarapuava (Unicentro) está realizado desde ontem (11) a exposição "A MANCHA DE 29.04", no o hall de entrada da universidade no campus Santa Cruz. A exposição permanecerá no local até o 25 de maio, podendo ser visita de segunda a sexta feira.
De acordo com uma das coordenadora da exposição, professora Desirée Melo, o objetivo da exposição é criar um espaço que possibilite a apresentação, a reflexão e a discussão sobre a violência praticada pelo Governo do Estado do Paraná. “A mancha de 29.04” apresenta por meio de imagens e sons uma das maiores barbáries praticadas na atualidade em oposição a democracia: o Massacre contra professores, estudantes e funcionários públicos do Paraná ocorrido no dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico de Curitiba”.
A exposição conta com a apresentação de trabalhos propostos pelo fotógrafo Luiz Ricardo Rech, pelas professoras Desirée Melo e Daiane S. S. da Cunha e pelas acadêmicas do curso de Arte: Ana Clara Slompo, Gisele Maria Buczak, Aniely C. Mussoi, Andressa Rodrigues, Jessica Przygocki e Carolina Siqueira.
Segundo Desirée, “A mancha de 29.04” traça um percurso narrativo onde os autores apresentam registros e representações simbólicas da triste tarde de 29 de abril. “ A proposta se desvela em um conjunto de fotografias, videos, objetos e composição musical, dispondo de signos que possibilitam diferentes leituras”.
Relatos do dia 29 de abril
Sobre o terror vivenciado na tarde do dia 29 de abril expositores contam o que vivenciaram no Centro Cívico em Curitiba. O fotógrafo Luiz Ricardo Rech relata que o massacre foi muito grande. “Medo, violência, ditadura, abuso, tirania. Nenhuma dessas palavras resume o que aconteceu no Centro Cívico de Curitiba, mas, cada uma delas dá uma dimensão desse massacre. Nossa democracia sangra”, desabafa.
Já a professora Desirée Melo declara: "Fomos pegos desprevenidos. Sem nenhum aviso, o ataque começou. Foram 2 horas ininterruptas de terror. Ação totalmente desnecessária da policia contra os professores. Em nenhum momento houve "confronto entre" apenas o "ataque a". Tristeza ao ver o desespero de meus colegas, muitas crianças e senhoras entorpecidas e machucadas no meio de muito gás lacrimogêneo, gás de pimenta, tiros de balas de borracha e bombas, muitas bombas.”